Diário de Notícias

O que vai custar ao espanhol Pedro Sánchez o apoio de cada partido?

- SUSANA SALVADOR

Pré-acordo para um governo de coligação com a Unidas Podemos, de Pablo Iglesias, não é suficiente para o líder socialista conseguir ser investido primeiro-ministro. Num Congresso com o maior número de partidos de sempre, todos contam.

Olíder socialista espanhol, Pedro Sánchez, desbloqueo­u em menos de 48 horas aquilo que nos seis meses anteriores tinha parecido impossível: um pré-acordo com a Unidas Podemos, de Pablo Iglesias, para formar um governo de coligação. Mas para voltar à Moncloa como primeiro-ministro (e não apenas como interino) precisará não só de afinar os pormenores do acordo, nomeadamen­te em relação aos ministério­s que entregará ao novo aliado, mas também de conseguir a luz verde de outros partidos. Nem que seja a abstenção.

PSOE (120 deputados) e Unidas Podemos (35, incluindo alianças regionais) só têm 155 votos e precisam de uma maioria absoluta de 176 “sins” para conseguir a investidur­a de Sánchez na primeira votação. Na segunda, contudo, só precisam de mais “sins” do que “nãos”, sabendo que a direita tem 153 deputados e está nesta última opção. O Partido Popular elegeu 89 (ganhou um ao Partido Nacionalis­ta Basco graças aos votos do estrangeir­o) e só mostra abertura se Iglesias não fizer parte da equação. O Vox tem 52 representa­ntes no Congresso dos Deputados e o Ciudadanos tem dez. O Navarra Soma, a aliança da União do Povo de Navarra, do PP e Ciudadanos nesta região, elegeu outros dois.

No Congresso com maior número de formações políticas (18) na história da democracia espanhola, quem poderá ajudar a desbloquea­r as contas da investidur­a? E o que é que Sánchez terá de prometer para conseguir o apoio dos restantes partidos?

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal