O que vai custar ao espanhol Pedro Sánchez o apoio de cada partido?
Pré-acordo para um governo de coligação com a Unidas Podemos, de Pablo Iglesias, não é suficiente para o líder socialista conseguir ser investido primeiro-ministro. Num Congresso com o maior número de partidos de sempre, todos contam.
Olíder socialista espanhol, Pedro Sánchez, desbloqueou em menos de 48 horas aquilo que nos seis meses anteriores tinha parecido impossível: um pré-acordo com a Unidas Podemos, de Pablo Iglesias, para formar um governo de coligação. Mas para voltar à Moncloa como primeiro-ministro (e não apenas como interino) precisará não só de afinar os pormenores do acordo, nomeadamente em relação aos ministérios que entregará ao novo aliado, mas também de conseguir a luz verde de outros partidos. Nem que seja a abstenção.
PSOE (120 deputados) e Unidas Podemos (35, incluindo alianças regionais) só têm 155 votos e precisam de uma maioria absoluta de 176 “sins” para conseguir a investidura de Sánchez na primeira votação. Na segunda, contudo, só precisam de mais “sins” do que “nãos”, sabendo que a direita tem 153 deputados e está nesta última opção. O Partido Popular elegeu 89 (ganhou um ao Partido Nacionalista Basco graças aos votos do estrangeiro) e só mostra abertura se Iglesias não fizer parte da equação. O Vox tem 52 representantes no Congresso dos Deputados e o Ciudadanos tem dez. O Navarra Soma, a aliança da União do Povo de Navarra, do PP e Ciudadanos nesta região, elegeu outros dois.
No Congresso com maior número de formações políticas (18) na história da democracia espanhola, quem poderá ajudar a desbloquear as contas da investidura? E o que é que Sánchez terá de prometer para conseguir o apoio dos restantes partidos?