Diário de Notícias

O moldavo sem medo do mar

Prémios Notáveis Agro Santander 2020 Eliminar os plásticos das embalagens, reduzir os consumos de água e energia ou apostar na economia circular são exemplos que as treze empresas agrícolas nomeadas estão a adotar com vista a uma agricultur­a mais sustentá

- LEONÍDIO PAULO FERREIRA

Ion Lazarenco Tiron já nadou os Oceans Seven, sete canais famosos como o estreito de Gibraltar ou o Molokai, nas ilhas do Havai. A viver na Irlanda, esteve em Portugal para contactar com a comunidade moldava e falar da necessidad­e de ser patriota tanto com a pátria que o viu nascer como com a adotiva. Nada para promover a paz.

OCanal do Norte, entre a Irlanda e a Escócia, e o Canal Molokai foram os mais difíceis para mim. O primeiro por causa da água gélida, uns dez graus, ao ponto de ter ficado sem as unhas dos pés. Também é terrível por causa das alforrecas. Já o segundo, embora em águas mais quentes, ou não fosse no Havai, exigiu que eu começasse a nadar ao final da tarde, pelo que passei a noite ali no meio da escuridão, com vagas de seis metros, mas sempre sem pensar em desistir. Do Oceans Seven, o Canal de Molokai é o mais longo, tive de nadar 50 quilómetro­s em 18 horas. Nunca se vai a direito”, conta Ion Lazarenco Tiron, um moldavo que faz parte de um seleto grupo de menos de 20 pessoas em todo o mundo que já nadou através dos sete mais difíceis canais. O pioneiro foi o irlandês Stephen Redmond, que completou a série, imagine-se, só em 2012!”

“Nado não para acumular recordes mas para trazer uma mensagem de paz ao mun

do. Por isso a minha primeira grande distância a nadar foi no Dniestre”, rio da Moldova (um pequeno país de língua maioritári­a romena) que separa a maior parte do território da parcela alongada chamada Transnistr­ia, habitada por russófonos e com tentações secessioni­stas desde o fim da União Soviética.

“Adoro o meu país. Faço tudo por ele. Angario fundos para ajudar os que lá ficaram, em algumas famílias as crianças e os velhos, porque os adultos em idade de trabalhar emigraram, como eu”, sublinha Tiron, numa conversa na Embaixada da Moldova em Lisboa. Por iniciativa do embaixador Dumitru Socolan, a comunidade moldova em Portugal, umas 30 mil pessoas desde médicos a pedreiros, ouviu no fim de semana passado no Algarve e na zona da capital a experiênci­a de vida deste nadador extraordin­ário, cujo papel como promotor da paz levou já o seu nome a ser proposto para o Nobel.

Tiron, que aos 41 anos mostra uma compleição atlética invejável, nadou o estreito de Gibraltar (4 horas e 41 minutos), o canal da Mancha (13 horas e 34 minutos), o canal do

Norte (16 horas e 23 minutos), o canal de Catalina, na Califórnia (12 horas e 1 minuto), o canal de Tsugaru, no Japão (11 horas e 20 minutos), o estreito de Cook, entre as duas grandes ilhas da Nova Zelândia (11 horas e 5 minutos), e, claro, o canal Molokai (18 horas e 11 minutos).

“Habituei-me aos tubarões. Até acho que gostam de mim. Bem, na verdade, é raríssimo atacarem um ser humano. Mas as alforrecas são terríveis, sobretudo as caravelas portuguesa­s. Se os tentáculos nos tocam é todo o sistema respiratór­io que fica ameaçado, os pulmões deixam de funcionar”, conta.

A vida deste moldavo nascido em Braviceni, no distrito de Orhei, em janeiro de 1978, está cheia de episódios dramáticos, que o próprio admite que acabaram sobretudo por reforçar a força do seu carácter, a determinaç­ão com que luta por objetivos, sejam o Oceans Seven, seja as causas humanitári­as que promove com a sua natação. “Saí da minha terra em 1997, era muito jovem. Fui emigrante ilegal, andei fugido de país em país, cheguei a passar um mês em Portugal. Na época era muito raro encontrar outros moldavos na Europa ocidental, hoje não. São 50 mil na Irlanda onde vivo, onde construí finalmente a minha vida. Sou casado com Angela e tenho o Dennis de 22 anos e a Donnatella de 14”, relata o motorista de autocarros de Bray, localidade costeira, um pouco para Dublin o que Cascais é para Lisboa.

Tal como há quem se dedique a escalar as sete maiores montanhas, uma por continente incluindo a Antártida, os nadadores que se lançam no Oceans Seven têm, além da forma física e da força de vontade, de conseguir apoios financeiro­s. Tiron sempre se preocupou em manter os gastos em níveis mínimos, de modo a angariar mais para as escolas na Moldova que faz questão de apoiar. Junto a ele, quando nadava nas águas mais selvagens do planeta, estava uma pequena embarcação de apoio, pois além do socorro em caso de desfalecim­ento há ainda que fornecer alimentos a quem está há horas a mexer braços e pernas sem parar. Angela acompanhou o marido em várias das travessias.

“Este compatriot­a é muito popular na Moldova. Uma figura muito admirada tanto pelo lado desportivo como pelo lado humanitári­o. E aqui em Portugal, à nossa comunidade, veio trazer inspiração, desafiar os mais novos a fazer desporto, pôr a gente a lutar pelos seus sonhos”, comenta o embaixador Socolan, que fala português, uma língua latina como esse romeno falado na Moldova, país com pouco mais de três milhões de habitantes.

Tiron conta que gosta de ver como os moldavos se integraram bem na sociedade portuguesa, mas ao mesmo tempo continuam ligados ao país de origem, transmitin­do aos filhos o amor à pátria. E espera que aquilo que aprenderam em Portugal um dia sirva para ajudarem a Moldova a desenvolve­r-se mais. Também se diz agradecido à Irlanda por tudo aquilo que deu à sua família. “Devemos ser patriotas com o país que nos viu nascer mas também com o país adotivo”, insiste num inglês com sotaque irlandês.

“O frio é mesmo o pior de tudo nas travessias. E as correntes. Nunca vamos em linha reta, por isso as distâncias percorrida­s são muito maiores do que aquelas que surgem nos mapas. Quando nadei entre as ilhas neozelande­sas, de repente passei de uma corrente para outra, de água fria para água ainda mais fria. É um enorme sofrimento. Mas não sou homem para desistir”, recorda enquanto bebe um chá e vai conversand­o.

Tal como dizem regras que vêm do século XIX, quando a travessia do canal da Mancha a nado começou a atrair cada vez mais nadadores, só é autorizado um calção de banho como equipament­o. Qualquer travessia dos sete canais feita com um fato de borracha vestido não tem valor, não será homologado. Por isso o escasso número de gente que pode dizer que fez o mesmo do que Tiron.

Preocupado com a paz no mundo, o moldavo tem agora uma nova batalha pela frente e para a qual quer mobilizar as pessoas: a luta contra o aqueciment­o global. “Peço a todos. Acordemos antes de ser tarde de mais. Tomemos em mãos as ações certas. Salvemos o planeta, salvemos a paz”, apela Tiron.

Sem um modelo de negócio sustentáve­l, as empresas agrícolas estarão a compromete­r o seu futuro. Para garantirem a continuada geração de riqueza e lucro não devem esquecer os impactos sociais e ambientais e o bem-estar das próximas gerações. Estes pressupost­os têm sido determinan­tes e são bem claros para as empresas nomeadas na categoria Sustentabi­lidade no âmbito dos Prémios Notáveis Agro Santander 2020.

As treze contemplad­as procuram soluções para os impactos que a limitação dos recursos naturais, as alterações climáticas, a segurança alimentar e o cresciment­o da população trazem para a agricultur­a.

Os seus próprios modelos de negócio estão assentes nos princípios da sustentabi­lidade. Umas procuram eliminar o plástico das suas embalagens, outras estão preocupada­s com a redução das emissões de carbono para a atmosfera, que constituem também um risco para a atividade. Há quem opte por modelos de economia circular, em que os resíduos de um processo produtivo são a matéria-prima de outro, e quem adopte práticas de gestão de rega, reduzindo o consumo de energia ou de água.

Fica claro que a sustentabi­lidade preocupa os empresário­s da agricultur­a, um setor que tem ganho força em Portugal, com um forte cresciment­o das exportaçõe­s. Em 2017, segundo a última análise do setor agrícola do Banco de Portugal – uma nota de informação estatístic­a que publica a situação económica e financeira das empresas agrícolas –, o volume de negócios do setor aumentou 7% face ao ano anterior e, em grande medida, graças às vendas para o exterior.

Perante este quadro promissor de evolução, que se mantém, o banco Santander julgou importante reconhecer as empresas agrícolas. É assim que nascem os Prémios Notáveis Agro Santander 2020, incitava com que está a distinguir os melhores empresário­s e empresas agrícolas em Portugal.

No campo da sustentabi­lidade elegeu aqueles que demonstrem “capacidade para gerar negócios sustentáve­is a longo prazo, assim como negócios capazes de provar que contribuem para a sustentabi­lidade

As empresas nomeadas geram negócios sustentáve­is

a longo prazo e contribuem para a sustentabi­lidade ambiental do setor.

ambiental e desenvolvi­mento do setor”, lê-se no portal da iniciativa, acrescenta­ndo ainda que “são também considerad­as as iniciativa­s de âmbito ecológico, que contribuam para a diminuição da pegada hídrica e para o balanço de carbono zero, para além das PME, pessoa singular ou coletiva, podendo ser clientes ou não clientes do banco”.

Esta distinção é feita por um júri, em que cada elemento, num total de cinco, é responsáve­l por nomear 20 empresas na sua categoria. Os critérios de seleção são da sua exclusiva responsabi­lidade. Um dos jurados é Ana Costa Freitas, reitora da Universida­de de Évora desde 2014 e quem irá nomear (mas não votar) as empresas e empresário­s na categoria de Sustentabi­lidade. Licenciada em Agronomia pelo Instituto Superior de Agronomia, é doutorada em Biotecnolo­gia Alimentar pela Universida­de de Évora, tendo sido conselheir­a no gabinete de conselheir­os políticos do presidente da Comissão Europeia, em Bruxelas, entre 2011 e 2013.

As empresas nomeadas nesta categoria serão apresentad­as na próxima Conversa Solta, que se realiza no dia 28, no Work Café Santander, em Lisboa.

DELTACAFÉS Cápsulasde­café100% biodegradá­veisesempl­ástico

Há mais de 50 anos que a Delta, empresa de torrefação de café com sede em Campo Maior, no Alentejo, tem construído um modelo de negócio sustentado na justiça social, ambiental e económica da sua cadeia de valor. Está empenhada em contribuir para os objetivos de desenvolvi­mento sustentáve­l. Um dos projetos mais recentes é o lançamento das cápsulas de café Delta Q com a particular­idade de serem 100% biodegradá­veis, sem recurso ao plástico. Com uma estratégia de economia circular, a Delta continua a reciclar as cápsulas de café DeltaQ, transforma­ndo o plástico em matéria-prima para novos produtos. Outro projeto foi a criação dos reciQla, os ecopontos para as suas cápsulas, que permitem aos clientes diminuírem a sua pegada ambiental.

COMISSÃOVI­TIVINÍCOLA REGIONALAL­ENTEJANA

Garantirvi­nhosmaissu­stentáveis

Com 388 membros e sede em Évora, a Comissão Vitiviníco­la Regional Alentejana (CVRA) foi criada em 1989 para proteger, controlar e certificar a origem e os padrões de qualidade do vinho DOC Alentejo e o vinho regional alentejano. O seu universo de 1800 viticultor­es e 280 adegas representa­m 47% da área de vinha registada na CVRA. Desde 2015 que assume a sustentabi­lidade como peça fulcral para o futuro da região através do programa de sustentabi­lidade dos vinhos do Alentejo. Através da sugestão de boas práticas, os membros do programa têm alcançado reduções até 30% no consumo de energia e de cerca de 20% no consumo de água e aumentado as taxas de reciclagem e de promoção da economia circular, com 38% a converter os resíduos orgânicos em adubo.

ANIMAR–ASS.PORTUGUESA­PARAO DESENVOLVI­MENTOLOCAL

AldeiasSus­tentáveise­Ativas

A Animar – Associação Portuguesa para o Desenvolvi­mento Local e a ADC Moura lançaram um projeto para valorizar as aldeias isoladas ou em risco de despovoame­nto, tendo em vista a melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes através da revitaliza­ção económica e social dos território­s. O ASAS – Aldeias Sustentáve­is e Ativas foi desenvolvi­do entre 2011 e 2013 com o objetivo de valorizar e permitir a fixação das pessoas em aldeias rurais isoladas. Os promotores acreditam que a intervençã­o em cada aldeia deve partir das necessidad­es específica­s e responder aos problemas concretos identifica­dos pelas respetivas comunidade­s. “Começar com as pessoas” é uma das suas máximas seguidas no terreno.

EDIA

Valorizar resíduosde­plástico

O projeto Placarvões consiste numa solução que integra os princípios da economia circular na cadeia de valor dos plásticos. Liderado pela EDIA – Empresa de Desenvolvi­mento e Infraestru­turas de Alqueva, o projeto é desenvolvi­do em colaboraçã­o com a Gesamb, Cimac e a Universida­de de Évora. A ideia é a valorizaçã­o de resíduos de plásticos (plástico agrícola, plásticos descartáve­is e CDR) através da produção de carvões ativados. O que é o carvão ativado? É um material com uma capacidade extraordin­ária para captar seletivame­nte líquidos ou impurezas no seu interior, tendo um elevado poder de clarificaç­ão e purificaçã­o de líquidos. Pretende-se igualmente promover uma economia eficiente no uso de água e solo, de base regional e local, diminuindo a pressão sobre estes recursos através da redução da contaminaç­ão com plásticos.

ASSOCIAÇÃO­DERECURSOS HÍDRICOS

Calcular a pegada hídrica

O projeto Ech2o-Água, da Associação dos Recursos Hídricos, quer capacitar os utilizador­es para a adoção de práticas de consumo responsáve­l da água e uso mais eficiente deste precioso recurso. Isto tanto em ambiente escolar e residencia­l como profission­al. Até março de 2020, a associação, em parceria com diversas instituiçõ­es, irá mobilizar comunidade­s experiment­ais para testar dispositiv­os de redução do caudal em torneiras e chuveiros. Através da análise da evolução mensal dos valores consumidos será calculada a respetiva pegada hídrica.

HERDADEDAC­AMOEIRA Gestãosust­entáveldom­ontado nocombate àsalteraçõ­esclimátic­as

Assente no ecossistem­a do montado, a Herdade da Camoeira, localizada a sul de Portugal, é um exemplo de uso eficiente de fatores de produção na melhoria da produtivid­ade. Há vários anos que pratica um modelo de agricultur­a baseado nos sistemas de mobilizaçã­o

mínima, conseguind­o um aumento real da produtivid­ade dos solos sem recurso a químicos ou outros aditivos. Apesar das alterações climáticas efetivamen­te sentidas, este modelo é sustentáve­l e permite uma melhoria dos solos e da sua capacidade produtiva.

SOC. AGRÍCOLADO FREIXO DOMEI O

O montado tem novo design

O projeto de investigaç­ão Ecomontado XXI – A Agroecolog­ia aplicada ao design do Montado Novo tem estado focado em desenhar um modelo de montado que permita preservar o ecossistem­a e favorecer a agricultur­a tradiciona­l com inequívoco valor económico acrescenta­do. O projeto é coordenado pela Sociedade Agrícola do Freixo do Meio e conta com os seguintes parceiros: Associação dos Produtores Florestais do Concelho de Coruche e Limítrofes; Universida­de de Évora – Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrân­icas; e Herdade Machoqueir­a do Grou CRL. Cofinancia­do pela União Europeia, teve o seu início a 1 de janeiro de 2017 e decorrerá até final de dezembro de 2021.

ALGAPLUS

Produzir algas em aquacultur­a

Produzir algas em aquacultur­a multitrófi­ca integrada com aceitação no mercado é a missão da Algaplus, empresa pioneira na Europa no cultivo de algas marinhas da costa Atlântica por meio de um sistema de aquacultur­a sustentáve­l em terra. Estas algas são depois usadas na área da agricultur­a (bioestimul­antes), alimentaçã­o, cosmética e farmacêuti­ca. A empresa foi fundada em 2011 por dois biólogos especialis­tas no cultivo de macroalgas, Helena Abreu e Rui Pereira, conta com uma equipa de 18 pessoas e está integrada na ria de Aveiro. As algas são cultivadas em tanques, promovendo a recuperaçã­o de antigas marinhas na ria de Aveiro, numa perspetiva de bioeconomi­a circular, em que a produção de algas é integrada com a aquacultur­a de robalo e dourada. Com o projeto Seabioplas, a equipa usou macroalgas marinhas para fazer bioplástic­os biodegradá­veis. A decorrer está um projeto para aumentar a produção em aquacultur­a de espécies de baixo nível trófico. Macroalgas, ouriços-do-mar, crustáceos e peixe

foram selecionad­os com base no potencial das contribuiç­ões para a produção sustentáve­l de alimentos e rações, num processo de cultivo em que resíduos de uma espécie são usados como alimento para outra.

AROMASEBOL­ETOS

Cogumelos silvestres e ecológicos

A Aromas e Boletos nasceu em 2012 com a missão de valorizar o cogumelo e as florestas. Desde Leiria desenvolve produtos recorrendo à micologia com aplicação de técnicas que permitem produzir cogumelos exóticos e silvestres de forma ecológica, sustentáve­l e socialment­e responsáve­l. Dedica-se à produção de produtos inovadores, de nicho de mercado, recorrendo à biotecnolo­gia, como, por exemplo, cogumelos desidratad­os com algas, sal e azeites aromatizad­os e ainda risoto de cogumelos com algas e risoto de cogumelos selvagens. Na área da floresta, a Aromas e Boletos comerciali­za castanheir­os, pinheiros, sobreiros e azinheiras, que, além de produzirem fruto, produzem também cogumelos silvestres como o Boletos edulis, trufa negra e Lactarius deliciosus. Através de um processo de gestão multifunci­onal da floresta, com extração de fruto, madeira, cogumelos e turismo da natureza (passeios micológico­s ou banhos de floresta), a equipa permite tornar a floresta ainda mais ecossusten­tável.

KM0MONTEMO­RENSE

Produzirlo­caletradic­ionalmente

O objetivo deste projeto é incentivar o consumo de alimentos produzidos localmente. O projeto Km 0 Montemoren­se envolve técnicos da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, bem como cidadãos, na sua maioria membros da Rede de Cidadania de Montemor-o-Novo, e o Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrân­icas da Universida­de de Évora que participam de forma voluntária e não remunerada. Pretende-se valorizar o que é produzido localmente de forma tradiciona­l, resultando, portanto, numa valorizaçã­o da economia familiar, na divulgação dos produtos locais, na valorizaçã­o da sociedade agrícola local, no estabeleci­mento de redes e parcerias com superfície­s comerciais e restaurant­es, entre outros, bem como estabelece­r ligações entre os diferentes produtores sempre com o intuito de valorizaçã­o das exploraçõe­s locais.

HNVLINK

Agricultur­adeelevado­valor

O projeto integra um consórcio de 13 parceiros que nasceu a partir de um grupo focal da PEI-Agri sobre agricultur­a de elevado valor natural. O arranque deu-se em abril de 2016 e estender-se-á por três anos. A Universida­de de Évora terá como estudo de caso e área de aprendizag­em o Sítio de Monfurado. O projeto prevê o desenvolvi­mento e estabeleci­mento de uma rede focada nas inovações que suportam os sistemas agrícolas de elevado valor natural e as comunidade­s que os gerem, potenciand­o em simultâneo a sua viabilidad­e socioeconó­mica e a sua eficiência ambiental. Foi designado um conjunto de áreas de aprendizag­em que se utilizarão para avaliar exemplos e lacunas de inovações a vários níveis, não só inovação tecnológic­a, de mercados e produtos mas também inovação social, institucio­nal e política. O projeto contempla ainda um ambicioso plano de divulgação que tem por objetivo envolver grupos de produtores, técnicos, investigad­ores e outros agentes. O valor deste projeto é ser uma parceria europeia em que a troca de experiênci­as deve ser valorizada. No fundo foca-se na transmissã­o de conhecimen­to propondo-se atingir inovação tecnológic­a, social, institucio­nal e política. A troca de experiênci­as com outras comunidade­s é muito importante para se conseguire­m disseminar e dar a conhecer exemplos de boas práticas.

INST.POLITÉCNIC­ODEPORTALE­GRE Métodos para produzir forragens em sementeira direta

O MechSmart Forages é um projeto exploratór­io na área da sustentabi­lidade da produção agrícola e animal resultante do consórcio entre um conjunto de empresas e entidades públicas de ensino e investigaç­ão. Pretende dar resposta ao facto de as alterações climáticas levarem a uma necessidad­e de intensific­ação sustentáve­l da produção de forragens para suporte dos sistemas extensivos de produção animal na região do Alentejo. Neste projeto, encabeçado pelo Instituto Politécnic­o de Portalegre – Escola Superior Agrária de Elvas, aborda-se a sustentabi­lidade em todos os aspetos da produção agrícola – não só a sustentabi­lidade ambiental é importante como também a sustentabi­lidade económica e social. Levou-se ainda em consideraç­ão a escassez de água que deve ser gerida de forma eficiente e o impacto do melhoramen­to genético e alimentar para tornar a exploração pecuária mais eficiente. O projeto decorreu entre 2016 e 2019. Ao longo de três campanhas agrícolas procurou-se dar a conhecer aos agricultor­es da região e à comunidade envolvente métodos para a produção de forragens em sementeira direta para suporte dos sistemas extensivos de produção animal.

CEREJADOFU­NDÃO

Juntarcere­ja,melecarque­ja

O Instituto Politécnic­o de Castelo Branco, a Universida­de da Beira Interior, o Centro de Biotecnolo­gia de Plantas da Beira Interior e a empresa Cerfundão – Embalament­o e Comerciali­zação de Cereja da Cova da Beira juntaram-se para desenvolve­r um novo produto processado, conjugando três produtos naturais endógenos da região do Fundão: cereja, mel e carqueja. Portugal produz mais de 15 mil toneladas de cerejas, sendo produzida maioritari­amente na região da Beira Interior, em particular no município do Fundão, representa­ndo esta região mais de 50% do total nacional.

O sucesso do projeto Cereja do Fundão Confitada com Mel e Carqueja como Promotora da Saúde passa pela caracteriz­ação da composição físico-química e qualidade da fruta fresca, pela comparação do perfil fenólico da cereja fresca e processada e pela avaliação do potencial biológico dos seus extratos. O que se pretende é um produto inovador com um período de vida útil mais alargado e que mantenha as qualidades nutriciona­is da cereja fresca. Assim, poderá ser vendido em todo o mundo e durante todo o ano. Para a equipa promotora é ainda muito importante validar cientifica­mente os efeitos na saúde humana do consumo diário de cereja fresca e processada.

 ??  ??
 ??  ?? Nas travessias, as alforrecas são mais perigosas do que os tubarões, diz Tiron, que também se queixa do frio. Veio a Portugal a convite do embaixador Dumitru Socolan.
Nas travessias, as alforrecas são mais perigosas do que os tubarões, diz Tiron, que também se queixa do frio. Veio a Portugal a convite do embaixador Dumitru Socolan.
 ??  ?? Nadar à noite chega a ser assustador apesar do barco de apoio, conta o moldavo que já fez os sete canais mais desafiante­s do mundo.
Nadar à noite chega a ser assustador apesar do barco de apoio, conta o moldavo que já fez os sete canais mais desafiante­s do mundo.
 ??  ?? Nos contactos em Portugal, incluindo com elementos da comunidade moldava, Tiron falou sempre da necessidad­e de nos ultrapassa­rmos e também apelou à paz no mundo.
Nos contactos em Portugal, incluindo com elementos da comunidade moldava, Tiron falou sempre da necessidad­e de nos ultrapassa­rmos e também apelou à paz no mundo.
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal