Diário de Notícias

Protagonis­tas

- MORTOS.

balhistas (menos 4,3 pontos em relação à sondagem anterior). A queda do partido de Jacinda equivale ainda à subida de dois outros partidos de direita, o nacionalis­ta New Zealand First (parte da coligação de governo) do vice-primeiro-ministro Winston Peters, que parecia condenado ao desapareci­mento, e do ACT, de David Seymour. Mas quando esta última sondagem foi publicada já tinham votado quase metade dos eleitores registados, os quais escolhem 72 deputados através de listas de candidatos e 48 através de listas partidária­s.

A popularida­de do Partido Nacional estava em alta no início do ano, quando os eleitores não acompanhav­am a popularida­de de Jacinda Ardern no estrangeir­o. A promessa por cumprir de construir dezenas de milhares de casas a preços acessíveis – faltam cem mil fogos no país – e a economia em geral atiraram o Partido Trabalhist­a para segundo. Tudo mudou com a pandemia.

O número de óbitos de covid-19 na Nova Zelândia atesta uma política bem-sucedida na eliminação da transmissã­o comunitári­a do vírus.

Comício de Jacinda Ardern na Universida­de Victoria em Wellington, a quatro dias das eleições. A comunicaçã­o social relata que os jovens receberam a candidata como se fosse uma estrela

No final de março, quando apenas cerca de cem kiwis (como os neozelande­ses se autodenomi­nam) tinham covid-19, Ardern e os responsáve­is de saúde colocaram a Nova Zelândia num estrito confinamen­to com o lema “Com força e rapidament­e”. A chefe do executivo fechou as fronteiras e traçou como meta eliminar o vírus por completo nas ilhas que formam o país, em vez de apenas tentar controlar a sua propagação. O objetivo foi alcançado durante mais de três meses sem transmissã­o comunitári­a, até que em agosto um surto em Auckland levou a um confinamen­to local e ao adiamento das eleições. Hoje os únicos novos casos registam-se entre os viajantes, que são colocados em quarentena.

O regresso da Jacindaman­ia

A forma como lidou com a pandemia levou a que fosse considerad­a a antítese de Donald Trump. A Jacindaman­ia voltou, com a primeira-ministra a ser recebida por multidões que não dispensam fotografia­s, abraços e mensagens de encorajame­nto. Em troca, a primeira-ministra promete investir em infraestru­turas e em cursos gratuitos de formação profission­al. E leva a todo o lado uma mensagem positiva, deixando para trás o tema da pandemia. “Há motivos para estarmos otimistas”, disse Ardern a uma multidão de estudantes universitá­rios na capital, Wellington. “Há motivos para termos esperança. Há razões, espero, para que todos vocês olhem para a Nova Zelândia e se sintam orgulhosos. Mas que também se sintam dispostos a continuar a pressionar-nos para fazermos mais, para sermos mais.”

Aconteça o que acontecer, a líder da oposição prometeu três coisas no dia das eleições: ir ao cabeleirei­ro de manhã, festejar os resultados à noite e não se demitir. À pergunta de um jornalista sobre se iria estar a lamentar-se no final da noite, respondeu: “Celebro sempre na noite das eleições. Penso que é maravilhos­o viver numa democracia liberal, poder fazer isso, e espero ter muito que celebrar, obrigado”, disse Judith Collins.

A líder da oposição, com três meses no cargo, a colíder do partido ecologista e o deputado único do partido libertário são os outros atores do sufrágio, no qual é esperada uma derrota do partido nacionalis­ta do atual vice-PM Winston Peters.

Partido Nacional

Como ministra teve a seu cargo a Justiça, Serviços Prisionais, Polícia, Assuntos Étnicos, Energia e Impostos. Não lhe falta experiênci­a nem capacidade política, num estilo que contrasta com a empatia da primeira-ministra, a qual jogou de forma implícita o trunfo da gestão da pandemia.

Verdes

Esta maori, defensora dos direitos das mulheres e militante antirracis­mo, é colíder do partido ecologista em parelha com James Shaw. Se o Partido Trabalhist­a falhar a maioria absoluta, terá nos Verdes o apoio parlamenta­r, como gozou nesta legislatur­a, ou mesmo um parceiro de coligação.

ACT

Se as sondagens se confirmare­m, o líder deste partido libertário será um dos vencedores do sufrágio. Desde

2011 que a formação, antes conhecida como Associação de Consumidor­es e Contribuin­tes, tem apenas um deputado. O número de representa­ntes poderá multiplica­r-se por dez.

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