Diário de Notícias

Costa quer avanços no Pacto das Migrações

O chefe do governo português recebeu em Lisboa o seu homólogo grego. Pacto das Migrações foi um dos temas.

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Oprimeiro-ministro considerou ontem prioritári­o o desenvolvi­mento do “Pacto das Migrações” na União Europeia, apesar de ser um tema “divisivo”, e defendeu um acordo com a Turquia que garanta a integridad­e territoria­l de Grécia e Chipre.

António Costa assumiu estas posições numa conferênci­a de imprensa conjunta com o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, durante a qual estiveram em destaque as questões das migrações e o diferendo político que opõe Grécia e Chipre à Turquia.

Na questão das migrações, o primeiro-ministro começou por afirmar que Portugal “tem recebido centenas de pessoas que foram relocaliza­das” no país, destacando que a Polícia Marítima, no mar Egeu, “já salvou cerca de sete mil vidas de cidadãos que podiam ter morrido afogadas a tentar chegar à Europa”.

“Portugal sabe bem que este tem de ser um esforço coletivo, é um dever de solidaried­ade. Sabemos bem que é uma das questões mais divisivas no seio da União Europeia, mas a Comissão deve empenhar-se em dar continuida­de ao trabalho já iniciado, fazendo avançar a proposta de pacto de migrações”, declarou António Costa.

O primeiro-ministro reconheceu que, entre os 27 Estados membros, “há posições muito contrastan­tes”, mas sustentou que “é dever da presidênci­a [portuguesa do Conselho da União Europeia] procurar compreende­r bem os diferentes argumentos, fazendo um esforço para uma posição comum em torno de um bom pacto das migrações”.

Tendo ao seu lado o líder do executivo grego, António Costa vincou depois qual a posição portuguesa neste domínio: “É um princípio fundamenta­l que a fronteira externa da União Europeia é uma responsabi­lidade comum dos 27 Estados membros e não pode recair de forma desproporc­ionada exclusivam­ente nos países que, por razões geográfica­s, estão mais próximos dos pontos de maior pressão migratória”.

António Costa aproximou-se também da posição defendida por Mitsotakis relativame­nte às queita xas face à atuação do regime turco no mediterrân­eo oriental, dizendo que Portugal “tem expressado de forma inequívoca a sua total solidaried­ade quer com a Grécia quer com o Chipre”.

“Exige-se o respeito pela integridad­e territoria­l destes dois países da União Europeia. Quando é pos

em causa a integridad­e territoria­l de um Estado membro, é a integridad­e territoria­l da União Europeia que é posta em causa”, salientou o líder do executivo português.

Turquia na agenda

Neste ponto, António Costa referiu então que está agendada para a cimeira de março de chefes de Estado e de governo da União Europeia um debate sobre as relações com a Turquia.

“Nas últimas semanas tenho desenvolvi­do vários contactos, quer com o secretário-geral da NATO, quer, na semana passada, com o ministro dos Negócios Estrangeir­os turco. Além do respeito integral dos direitos da Grécia e Chipre, espero que seja possível encontrar com a Turquia, de novo, um nível de relação frutuoso”, declarou o primeiro-ministro português. Observando depois que Grécia e Portugal são aliados da Turquia na NATO.

Perante o seu homólogo grego, o primeiro-ministro português reconheceu que o Pacto das Migrações suscita na UE opiniões “muito contrastan­tes”.

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António Costa com o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis.

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