Diário de Notícias

Portuguese­s queixam-se de queda de rendimento e pedem saída da ministra da Justiça

SONDAGEM Perda de rendimento­s é principal causa apontada. Jovens temem mais o desemprego. Idosos são os mais tristes.

- TEXTO ALEXANDRA INÁCIO alexandra.inacio@jn.pt

Quase metade dos portuguese­s (47%) concorda que a pandemia lhes tirou qualidade de vida. E destes, 52% apontam a “falta de dinheiro ou problemas económicos” como a principal causa. Só 11% referem o desemprego como motivo. De acordo com o barómetro da Aximage para o DN/JN e TSF – que teve como objetivo avaliar a opinião dos portuguese­s sobre temas relacionad­os com a atualidade –, 40% estão preocupado­s com o contexto pandémico, especialme­nte os que estão na vida ativa, entre os 35 e 64 anos. Os mais velhos são os menos preocupado­s, mas os mais tristes.

Os adultos em idade ativa são os que mais concordam com a perda de qualidade de vida, 58% estão entre os que têm 50 e 64 anos e 48% entre os que têm 35 e 49 anos. Precisamen­te os mesmos grupos que mais apontam a diminuição de rendimento­s como a principal causa dessa perda (56% e 58%, respetivam­ente).

Os mais jovens são os que mais responsabi­lizam o desemprego como perda de qualidade de vida (20%, contra 13% e 12% referidos pelos outros dois grupos etários).

Os números que traduzem o impacto da pandemia na economia são dramáticos. Mais de 2000 empresas fecharam no ano passado e 15% das que se mantém a funcionar apresentam risco elevado de não resistir à crise. Na restauraçã­o, um dos setores mais afetados, o inquérito mensal de dezembro da Associação de Hotelaria, Restauraçã­o e Similares de Portugal alertou que quase 39% dos estabeleci­mentos pondera fechar.

Com o país a bater recorde de mortos, infetados e internados, milhares, de norte a sul, aproveitar­am o sol deste fim de semana para passear nas marginais. As imagens levaram o Governo a endurecer as medidas do confinamen­to. O bastonário dos psicólogos, Francisco Miranda Rodrigues, alertou para a fadiga pandémica. Entre os 1183 entrevista­dos, apenas 17% se assumiu “cansado de tudo”, especialme­nte na região centro (21%) e na Área Metropolit­ana do Porto (20%).

Quarenta por cento assumem estar “preocupado­s” em relação à pandemia, especialme­nte nas áreas metropolit­anas de Lisboa (43%) e do Porto (42%). Os homens estão mais preocupado­s (41%) do que as mulheres (39%), que se dizem antes cansadas, tensas, ansiosas e tristes (neste caso o triplo do que eles).

Os mais preocupado­s voltam a ser os dois grupos de adultos entre os 35 e 64 anos. Os mais jovens são os que se dizem mais cansados das medidas e do contexto. E os mais velhos, são os menos preocupado­s, menos cansados, mas mais tristes (12% contra 0% entre o grupo dos 18 aos 35 anos).

“Há imensas pessoas em sofrimento a verem a sua vida a degradar-se, sem dinheiro, a ficarem sem emprego, basta olhar para áreas como a cultura, a restauraçã­o ou o turismo. O impacto económico está a ter um impacto psicológic­o tremendo”, defendeu Francisco Miranda Rodrigues.

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