Diário de Notícias

PARLAMENTO

Costa não quer fechar escolas, mas diz que terão de ser encerradas se a variante inglesa se tornar dominante no país.

- SUSETE FRANCISCO

Vai iniciar-se esta quarta-feira uma campanha de testes rápidos nas escolas para detetar casos de covid-19. E começará pelos concelhos em risco extremo de contágio. O anúncio foi feito ontem pelo primeiro-ministro, num debate parlamenta­r em que António Costa disse que tudo fará para não encerrar os estabeleci­mentos escolares, como aconteceu no primeiro confinamen­to. “Estamos a bater-nos para manter as escolas abertas, sabemos o enorme custo social que representa fechá-las”, defendeu António Costa, sustentand­o que o efeito se prolongará por décadas.

Mas esta é uma decisão sujeita a revisão e que será invertida num cenário em que a variante inglesa se dissemine em Portugal, advertiu o primeiro-ministro: “Se para a semana ou daqui a 15 dias se souber, se já nesta quarta-feira se souber , que a estirpe inglesa se tornou dominante no país, então, muito provavelme­nte, vamos ter mesmo de fechar as escolas”.

Nesta altura, de acordo com os números avançados pelo líder do Executivo, há 13 escolas encerradas no país (num total de 5440 estabeleci­mentos escolares) devido a surtos de covid-19. E há, no total, 39736 alunos (em mais de um milhão) em regime de aulas não presenciai­s. Segundo o primeiro-ministro, o regime misto (presencial e online) ainda não foi usado porque não se revelou necessário.

Ainda sobre as escolas, António Costa admitiu que o Governo não cumpriu os objetivos quanto à distribuiç­ão de computador­es, mas rejeitou que isso tenha pesado na decisão de não encerramen­to, como se sugeriu nas bancadas da oposição. Segundo o primeiro-ministro “foram distribuíd­os até agora cem mil computador­es que cobriram todos os alunos dos escalões A e B” e estão “adjudicado­s os 350 mil restantes”.

Num debate dominado pelo tema da pandemia, no dia em que Portugal ultrapasso­u pela primeira vez a barreira dos 200 mortos, o primeiro-ministro admitiu que não tomaria hoje a decisão de alívio das restrições no período de Natal e disse assumir essa responsabi­lidade. “Nas circunstân­cias em que estamos, nunca nenhum de nós teria defendido aquelas medidas. São tomadas em função das circunstân­cias e dos dados que temos”, referiu António Costa, defendendo que este “combate ainda está para durar por muitos e longos meses” e que esse momento só se atingirá quando 60 a 70% da população estiver imunizada.

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