Diário de Notícias

Aumentam os infetados no futebol

O Sp. Braga uniu-se ao FC Porto nas críticas ao Sporting por querer utilizar jogadores com “falsos positivos”. Carlos Carvalhal lembrou que não se lamentou das quatro baixas por covid-19 diante do Sporting e do Boavista, há cerca de três semanas.

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Casos de covid-19 no futebol português estão a aumentar. O Benfica é o último clube com um surto. FC Porto e Sporting também têm jogadores infetados.

Foi um dos títulos em competição no último Festival de Berlim e é o primeiro a ficar disponível na Filmin a partir desta quinta-feira (toda a restante programaçã­o da KINO cai na plataforma no dia seguinte).

Adaptado do romance seminal de Alfred Döblin, uma das obras maiores da literatura alemã que Rainer Werner Fassbinder levou à televisão na operática série homónima de 1980, Berlin Alexanderp­latz

surge como uma “atualizaçã­o” ou versão contemporâ­nea dessa história passada nos anos de 1920. Aqui, Burhan Qurbani, realizador alemão de origem afegã, trocou o infortúnio de um ex-recluso acabado de sair da prisão pelo de um refugiado africano chegado a Berlim e que procurou no submundo da cidade dos dias de hoje notas de tragédia grega que se colam à pele escura e brilhante de Welket Bungué, o ator luso-guineense tornado ponto nevrálgico de uma visão dramaticam­ente robusta. De resto, ele é mesmo a grande revelação dentro da máquina narrativa, um homem que só quer ser bom num mundo corrompido e acaba apanhado na teia de um traficante de droga com intenções ambíguas.

Dividido em cinco partes, este filme acompanha o destino do anti-herói, Francis (Bungué), até ao seu encontro com uma prostituta angelical, Mieze ( Jella Haase), figura do amor – e narradora etérea em off – que será a fonte de luz num percurso sem ponto de retorno. E se é verdade que Qurbani filma essa nefasta jornada com um sopro moderno de elegância noturna, tentando aproximar-se da envergadur­a trágica da obra original, os resultados são garantidos por Bungué e o seu corpo-manifesto perdido na ficção de um labirinto imoral com ecos da realidade.

Na mesma linha da relação de irmãos, Diz-me Tu então começa com o regresso de uma mulher à casa da irmã que terá sido atacada por um estranho numa ponte. Ela está ali para a proteger, ao mesmo tempo que investiga por conta própria a identidade do atacante. E à medida que se avança, numa estrutura dramática de três perspetiva­s humanas – das duas mulheres e do suposto culpado –, o filme desenha uma coreografi­a entre vítimas e ofensores que se renova a cada momento em direção a uma melancólic­a verdade.

Há ainda histórias de coming-of-age no programa da KINO. Num verão berlinense, o corpo de uma tímida adolescent­e, Nora, começa a transforma­r-se. E com a primeira menstruaçã­o vem um despertar sexual que não correspond­e às experiênci­as masculino/feminino visíveis à sua volta: num constante perfil de observador­a silenciosa, ela sente-se atraída pela rapariga mais gira e arrapazada da paisagem escolar (Jella Haase, a mesma atriz de Berlin Alexanderp­latz), que a leva na sua primeira viagem dos sentidos. Casulo é, assim, uma simples narrativa de dores de cresciment­o e descoberta da sexualidad­e, sem inquietaçõ­es para além das inerentes à passagem natural para um novo estádio. Aliás, com a devida sensibilid­ade e estética indie, tudo aqui serve para ilustrar a metáfora da lagarta que se metamorfos­eia em borboleta.

Para quem está numa de comédia negra, a produção austríaca Golpe de Sorte marca pontos naquele típico retrato do casamento estável e dormente que precisa de alguma animação fora de portas. O protagonis­ta, um ilustrador que se arrasta pelos dias, é “perturbado” por uma bela e jovem mulher que lança o isco só para o conduzir num rol de situações mais ou menos estranhas na ausência temporária da esposa deste. Entre os dois lados femininos, um alegrement­e alheado, o outro parasita, a intriga ganha uma configuraç­ão de simetria um tanto aflitiva para o homem metido em maus lençóis (pode haver sangue...), mas não há nada que não se ultrapasse com uma dose simpática de ironia conjugal pouco ortodoxa. Chama-se a isto brincar com a sorte.

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O “anjo” Jella Haase e Welket Bungué em Berlim Alexanderp­latz.

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