GASTRONOMIA
Claire Vallée impôs a sua cozinha baseada em plantas, onde ninguém acreditava e sempre comprometida com a causa ecológica. Está a colher os frutos.
Claire Vallée, agora com 41 anos, ia seguir os passos de Indiana Jones como arqueóloga depois da licenciatura quando, após alguns meses no que pensava ser um trabalho temporário, decidiu mudar de carreira e dedicar-se à cozinha.
Trabalhou em vários restaurantes, aprendeu e após um ano na Tailândia a aprofundar conhecimentos sobre a cozinha asiática, tornou-se vegetariana. “Foi um despertar brutal”, conta Claire Vallée na sua página oficial. Procurou um lugar onde pudesse pôr em prática a sua cozinha de sonho e fez nascer o ONA ( Origine Non-Animale), o primeiro restaurante vegano a receber uma estrela Michelin.
Embora não seja novidade a atribuição de estrelas a restaurantes vegetarianos e vegan, é a primeira vez que ela é entregue no país natal do Guia Michelin.
Comprometida com a causa ecológica, Claire Vallée abriu o ONA em 2016, em Arès, uma cidade perto de Bordéus, graças ao crowdfunding e o empréstimo de um banco especializado em financiamento ético, o Le Nef. “Só mostra que nada é impossível”, afirmou a chef, citada pela AFP.
Por essa altura, poucos acreditavam que uma cozinha vegana e baseada em plantas prosperasse. Tão-pouco acreditavam que o local, Arès, na costa Atlântica, trouxesse clientes. Claire Vallée garante que não guarda ressentimentos: “Cada um faz o seu trabalho.”
Ela própria teve as suas dúvidas, contou. “Se éramos suficientemente bons, porque uma cozinha baseada em plantas é difícil e inovadora”. Concluiu: “O mais importante é gostarmos de fazer isto.”
“É porque acreditaram em mim, nesta louca aposta para lá das mi