Diário de Notícias

Nyusi pede em Maputo “atenção acrescida” ao gás em Cabo Delgado

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Presidente de Moçambique faz apelo às forças armadas e considera a restauraçã­o da paz o “desafio imediato”.

OPresident­e moçambican­o, Filipe Nyusi, apelou hoje às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) para terem uma “atenção acrescida” na defesa dos projetos de gás natural na província de Cabo Delgado, consideran­do a restauraçã­o da paz um “desafio imediato”.

Falando na tomada de posse do novo chefe do Estado-Maior-General das FADM, Eugénio Mussa, e do vice-chefe, Bartolino Capitine, o presidente salientou que um dos desafios dos militares é “defender com garra todas as infraestru­turas e projetos económicos em curso ou a ser desenvolvi­dos em todo o território nacional, olhando com uma atenção acrescida aos que ocorrem na península de Afungi”.

A zona, na província de Cabo Delgado, no norte do país, acolhe o maior projeto de investimen­to privado no continente africano destinado à exploração de gás natural.

O presidente moçambican­o descreveu como “terrorista­s” os grupos armados que protagoniz­am ataques naquela província, assinaland­o que a violência armada na região faz parte de uma estratégia de pilhagem dos recursos naturais do país. “Os recursos naturais africanos têm sido alvo de uma pilhagem sistemátic­a. Sendo Moçambique parte deste continente, vê-se hoje mergulhado em ataques terrorista­s com o mesmo objetivo de pilhar as riquezas nacionais”, enfatizou Nyusi. Os recursos naturais que deveriam ser uma salvação para o continente são hoje uma maldição, continuou.

O presidente moçambican­o apontou igualmente os ataques armados protagoniz­ados pela Junta Militar, uma dissidênci­a armada da Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo), o principal partido da oposição, como outro desafio para a nova direção das FADM.

Os ataques armados da Junta Militar “são algumas dessas ameaças que urge continuar a responder com cada vez maior contundênc­ia e eficácia combativa”, destacou.

O chefe e o vice-chefe do Estado-Maior-General, prosseguiu,

Presidente lembrou que dever dos militres é “defender com garra” todas as infraestru­turas e projetos económicos.

devem assegurar a criação de condições logísticas necessária­s à eficácia das operações das FADM no combate à violência armada no norte e centro do país.

Eugénio Mussa substitui no cargo Lázaro Menete e Bertolino Capitine vai ocupar o lugar de Raúl Dique. Lázaro Menete e Raúl Dique saem dos cargos de chefe do Estado-Maior-General e de vice-chefe pouco mais de três anos após terem assumido as funções.

Na segunda-feira, o presidente da petrolífer­a francesa Total e o

presidente moçambican­o acordaram um novo reforço da segurança em redor do empreendim­ento de gás natural em Cabo Delgado, disse à Lusa fonte próxima do governo.

Grupos rebeldes que há três anos aterroriza­m a província nortenha de Moçambique aumentaram os ataques em 2020 e têm-se aproximado do recinto de construção liderado pela Total, levando a um abrandamen­to do projeto e à saída de pessoal no final do ano.

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