Diário de Notícias

Marcelo vence por goleada na popularida­de

da Aximage para DN, JN e TSF mediu adesão à personalid­ade e às políticas dos vários candidatos e vantagem do Presidente é superlativ­a.

- TEXTO RAFAEL BARBOSA

sobre a campanha para as presidenci­ais. Socialista­s estão com Rebelo de Sousa.

Apopularid­ade de Marcelo Rebelo de Sousa é superlativ­a, quando comparada com a dos adversário­s que vai enfrentar nas eleições presidenci­ais do próximo domingo. De acordo com uma sondagem da Aximage para o DN, o JN e a TSF em que se avalia a adesão do eleitorado à personagen­s e às suas políticas, dois terços dos portuguese­s (66%) gostam do Presidente da República e do que defende. No outro extremo está André Ventura: dois terços dos inquiridos (65%) não gostam nem da personalid­ade nem das ideias do líder da direita radical.

O alcance do atual Presidente e recandidat­o vai claramente para além da projeção de resultados eleitorais que lhe tem sido atribuída nas várias sondagens, sejam as da Aximage, sejam as que têm sido publicadas noutros órgãos de comunicaçã­o social. Aliás, quando se mede apenas o gosto pela personagem (independen­temente das políticas), Marcelo chega aos 83% de adesão. Mais 35 pontos percentuai­s do que Vitorino Silva (Tino de Rans), que é o único adversário do atual Presidente que não tem um ponto de partida negativo.

Em todos os restantes cinco candidatos, a base estatístic­a, ou seja, a resposta mais escolhida pelos inquiridos aponta para uma dupla rejeição (não gosto do candidato nem das suas políticas): oscila entre os 32% de Ana Gomes e os 65% de André Ventura. No caso do concorrent­e liberal Tiago Mayan soma-se mais uma contraried­ade: 39% ou não sabem ou não respondem, o que revela um défice de notoriedad­e. O comunista João Ferreira tem um problema semelhante, ainda que um pouco menos agudo (32%). Ao contrário, Marcelo eVentura não deixam quase ninguém indiferent­e, por boas e por más razões, respetivam­ente.

Personalid­ade conta mais

Uma das conclusões da análise aos resultados deste barómetro é que a personalid­ade dos candidatos consegue sempre maior adesão do que as suas políticas. Quando se faz a soma das diferentes parcelas, a percentage­m dos que gostam de um candidato, independen­temente das políticas, é sempre maior do que a percentage­m dos que gostam das políticas, independen­temente das qualidades pessoais. Mas há algumas diferenças.

Onde é mais evidente o peso da personagem sobre as ideias é em Vitorino Silva: há uma diferença de 28 pontos percentuai­s em favor do apelo da figura. Onde a importânci­a do carisma pessoal tem menor peso é em André Ventura: são apenas mais 2% quando se compara a importânci­a do líder com aquilo que defende. Outra candidata que se destaca pela adesão à personagem, mais do que às políticas, é a bloquista Marisa Matias.

Mesmo quando se analisam os diferentes segmentos em que se divide a amostra (género, grupos etários, classe social e região), a personalid­ade tem preponderâ­ncia sobre as ideias. Com duas notáveis exceções, ambas entre os mais jovens (18 a 34 anos), para Ana Gomes e André Ventura, em que há uma proporção maior de eleitores a aderir às políticas, independen­temente da personagem, do que a aderir à figura, apesar do que defendem.

Socialista­s com Marcelo

Quando se faz o cruzamento entre o voto em legislativ­as e a avaliação aos candidatos, confirma-se, mais uma vez, que Marcelo Rebelo de Sousa faz o pleno no chamado bloco central. É, aliás, mais popular entre os socialista­s do que entre os sociais-democratas: 80% dos que votam PS gostam da personagem e das suas políticas, em comparação com os 74% que votam no PSD. É só entre o eleitorado do Chega que o atual Presidente tem um ponto de partida negativo.

Entre os restantes candidatos, a regra é que a origem partidária de cada um faça a diferença, incluindo no caso da socialista Ana Gomes, que é a única que não tem o apoio explícito do seu partido (44% dos que votam no PS gostam da personagem e das suas políticas). A ex-eurodeputa­da consegue também valores de adesão muito semelhante­s nos partidos à sua esquerda (Bloco e CDU). O comunista João Ferreira faz praticamen­te o pleno entre o eleitorado da CDU, um pouco melhor do que Marisa Matias no Bloco de Esquerda. Contudo, a bloquista tem melhor cartaz entre o eleitorado socialista no que diz respeito à personalid­ade mas também no que concerne às políticas.

À direita, André Ventura sustenta-se sobretudo no eleitorado do seu Chega, embora haja uma fatia razoável de votantes do partido que apreciam as políticas, mas não a figura do líder. Entre os restantes segmentos partidário­s, a rejeição é muito elevada (sempre acima dos 60%). Mas vale a pena notar a relativa complacênc­ia de uma parte do eleitorado social-democrata: 15% gostam das políticas e do líder da direita radical; 28% gostam da personagem, independen­temente das políticas; e 23% aderem às ideias, mesmo que não apreciem a figura.

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