Primeiro voo entre Estados Unidos e Portugal
A 21 de janeiro de 1946, o Diário de Notícias noticiou o primeiro voo entre Portugal e os Estados Unidos, na altura um recorde de dez horas sem escalas com partida de Nova Iorque e destino a Lisboa, numa viagem feita à “fantástica velocidade subestratosférica” de mais de 500 quilómetros por hora. À espera do Constellation no aeroporto da Portela de Sacavém estiveram “milhares de pessoas cheias de curiosidade. “Ao longo da plataforma da aerostação destacava-se um friso que dava ideia do público que se aglomera no peão de um campo de futebol”, podia ler-se na primeira página do DN, onde se realçava a facilidade de manobra como a aeronave deu a tradicional volta sobre a pista e aterrou na faixa mais extensa. “O local de estacionamento de automóveis foi pequeno e o acesso aos curiosos teve de ser limitado. Quando a gigantesca aeronave de estranho recorte para os olhos habituados a identificar aviões surgiu no céu azul de Lisboa – ontem de tarde magnificamente azul – apontando ao aeroporto houve um movimento de intensa emoção”, escreveu o nosso jornal na altura.
Ao pôr o pé em perra, o comandante da aeronave de quatro motores de 2200 cavalos, o capitão Flower, que tinha “a bagatela de 8000 horas de voo”, elogiou o aeroporto de Lisboa em conversa com o tenente-coronel Beja, diretor do aeroporto: “Bom aeroporto!”
Também o embaixador dos EUA em Lisboa enalteceu a infraestrutura. “Lisboa é lugar permanente dum dos maiores centros de aviação civil do mundo”, afirmou, pronunciando ainda algumas palavras de congratulação pelo êxito da viagem.