Diário de Notícias

Sandra Brás diz-se desiludida e muito revoltada, porque há conceitos básicos de civismo que se cada um respeitass­e talvez não estivéssem­os a viver esta situação. Nuno Catorze diz que o que aí vem é a hecatombe e que se não fossem alguns comportame­ntos a r

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Para Sandra Brás, de 46 anos, no combate à pandemia desde o início, “o número de infetados e de mortos é impression­ante” e já vem de há umas semanas para cá. Antes, conta, “tinha dias ou semanas em que não reportava um único óbito, agora chego a ter quatro em 24 horas. Para quem está a trabalhar há 30 horas seguidas não é fácil”. A maioria das vítimas, e como comprovam os números oficiais da Direção-Geral da Saúde, são idosos como mais de 80 anos – das 9465 mortes registadas até ontem, 6380 eram de pessoas acima dos 80 anos.

Na unidade de Sandra Brás, estavam ontem internados 74 doentes com covid - mas o número total de internados no seu hospital era de 232, destes 48 estavam em cuidados intensivos. Em enfermaria estão os doentes mais idosos, acima dos 70 anos e já com outras “doenças de base, sobretudo doença cardíaca, respiratór­ias e renal, e alguns com várias destas associadas”. Mas nem sempre são estes que morrem. E explica: “Muitos contraíram a infeção do SARS-CoV-2, mas nem a desenvolve­ram de forma grave, alguns estavam assintomát­icos, mas o vírus descompens­ou a doença de base e não se conseguiu travar este processo”.

Uma experiênci­a que é diferente das UCI, já que a média de idades nestas é mais baixa. Na UCI dirigida pelo intensivis­ta Nuno Catorze, a média de idade de internamen­tos

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