Diário de Notícias

Explosão pandémica obriga governo a recuar. Fecho das escolas volta à agenda

Sucessivos aumentos da mortalidad­e e dos infetados desencadei­am pressões de todos os lados para que se decrete fecho das escolas. Governo decide hoje. Ontem fez o que só estava previsto para terça-feira: uma reunião com epidemiolo­gistas.

- TEXTO JOÃO PEDRO HENRIQUES

Oque estava previsto para a próxima terça-feira foi afinal antecipado para ontem à noite. A ministra da Saúde, Marta Temido, e a ministra da Presidênci­a, Mariana Vieira da Silva, reuniram-se com epidemiolo­gistas com quem discutiram a necessidad­e de fechar ou não as escolas. Chegado de Bruxelas, onde ontem passou o dia no âmbito da presidênci­a portuguesa da União Europeia, António Costa reuniu-se com as ministras, para preparar a reunião de hoje do Conselho de Ministros. O fecho das escolas será o principal tema na agenda.

Fortemente pressionad­o pelos números – ontem 219 mortos e 14 647 novos infetados, novos máximos desde o início da pandemia –, o governo parece encaminhar-se para a decisão que António Costa queria a todo o custo evitar. Falta perceber exatamente como será modelada a medida: todos os níveis de ensino ou apenas, como se falava há uma semana, a partir do 7.º ano até ao ensino superior (inclusivam­ente)?

A antecipaçã­o do calendário governamen­tal em quase uma semana foi revelada ontem pelo primeiro-ministro falando com jornalista­s em Bruxelas – e logo a seguir confirmada pelo Presidente da República. “É uma questão que se vai colocar entre hoje e amanhã”, dizia.

Em Bruxelas, Costa afirmava, pelo seu lado, que “há nesta circunstân­cia concreta (...) um elemento muito importante”, que se prende com “as análises que estão a ser realizadas neste momento no Instituto Ricardo Jorge com base nas amostras recolhidas nos últimos dias”, que considerou “decisivas” para se ter a perceção do grau de prevalênci­a da nova estirpe, que acelera o ritmo de transmissã­o. “Se a prevalênci­a dessa estirpe for relevante”, aí, porventura, terão de ser tomadas “medidas perante uma nova realidade”, numa lógica que garante ser a mesma “desde o início”: “O governo nunca hesitará em tomar a qualquer momento qualquer medida que seja necessária para travar a pandemia.”

Durante o dia, ouviram-se, vindos de todo o país apelos para que o governo encerre as escolas – começando pelo PSD, que o anda a dizer já desde quarta-feira da se

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