SAÚDE INFANTIL
Estudo de investigadora do ISPUP mostra ligação entre a perceção dos pais e o excesso de peso em muitas crianças
O “reconhecimento dos pais quanto ao excesso de peso dos seus filhos acontece tardiamente e, muitas das vezes, não agem quando a criança efetivamente já tem excesso de peso”. A conclusão é da investigadora Sarah Warkentin, responsável por um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), que concluiu que 74% dos pais que têm filhos com excesso de peso estão satisfeitos com a silhueta das crianças.
Segundo Sarah Warkentin, neste estudo - cujos resultados foram ontem divulgados - foi pedido a um universo de 6000 pais que, de um conjunto de silhuetas com tamanhos corporais diferentes, assinalassem a atual silhueta do filho e aquela que desejariam para a criança.
Dos mais de 6.000 pais, 35,7% tinham filhos com excesso de peso, ou seja, o equivalente a 1.759 crianças. E uma das principais conclusões do estudo foi que “74% dos pais cujos filhos apresentavam excesso de peso afirmaram estar satisfeitos com a silhueta das crianças”, adiantou a investigadora.
Paralelamente, 36% das mães e 31% dos pais cujos filhos apresentavam um peso normal para a idade e género desejavam “uma silhueta maior para as suas crianças”.
Em declarações à agência Lusa, a investigadora do ISPUP explicou que o objetivo do trabalho foi “avaliar
a satisfação e perceção de mães e pais sobre a silhueta corporal dos seus filhos”. “Normalmente os estudos focam-se na silhueta corporal dos adolescentes e existem poucos estudos de avaliação da perceção e satisfação dos pais e mães sobre a silhueta em idade escolar”, referiu.
“Num primeiro momento, ao avaliarmos o efeito da insatisfação dos pais quanto à silhueta dos filhos, parece plausível assumir que a insatisfação é um fator de proteção quanto ao excesso de peso”, referiu.
O estudo verificou que as mães eram “quase três vezes mais insatisfeitas com a imagem corporal das filhas do que os pais”.“Vimos que