PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE
O cinco estrelas em Mesão Frio, que se arrasta há 22 anos, tem novo projeto em consulta pública até 29 de janeiro.
Não faz sentido, a acusação “é falsa e leviana”. É assim que Mário Ferreira responde a quem diz que o desenvolvimento do Marina Douro porá em causa o estatuto de Património da Humanidade. Essa versão foi veiculada em notícias recentes, apontando que a Comissão Nacional da UNESCO considera a construção do hotel de cinco estrelas, na Rede, Mesão Frio, um perigo para a paisagem do DouroVinhateiro e abre caminho a uma futura exclusão do Douro da lista de Património Mundial.
“Em momento algum o parecer técnico consultivo elaborado pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios a pedido da UNESCO menciona, ameaça ou aponta como consequência direta ou indireta da concretização do projeto a perda de estatuto de Património da Humanidade à região do Alto Douro Vinhateiro”, garante o empresário responsável pelo empreendimento.
“Como o relatório ICOMOS salienta, o hotel está inserido numa área que representa 0,01% do total de património classificado”, sublinha. O processo de licenciamento do Douro Marina Hotel conta já 22 anos e dois chumbos. Mário Ferreira decidiu voltar a pegar no projeto, cujo procedimento de Avaliação de Impacto Ambiental está em consulta pública até 29 de janeiro.
O hotel, um investimento de 30 milhões, foi aprovado em 2009 e, nessa altura, o ICOMOS considerou a proposta “volumetricamente exagerada” e passível de ter “impacto marcante na paisagem local”. Cinco anos depois, porém, foi apresentado novo desenho, seguindo as recomendações do Conselho de diminuição volumétrica e alterando materiais para outros, “tradicionais e compatíveis, que não pusessem em causa a harmonização do projeto com a paisagem”. Este projeto acabou por ser chumbado pela CCDR.
Agora, garante o empresário, “o projeto encontra-se em plena conformidade não só com o Plano de Pormenor da Rede como com o Plano Diretor Municipal de Mesão Frio, o Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território do Alto Douro Vinhateiro e o Plano de Ordenamento das Albufeiras da Régua e do Carrapatelo”. Pelo que diz que aguarda “serenamente” o parecer final da CCDR-N.