Diário de Notícias

Qual é o plano B na educação e na saúde?

- Rosália Amorim Diretora do Diário de Notícias

Hoje só há uma certeza: é preciso achatar a curva de infetados e mortos por covid-19. Todos os esforços devem ser feitos nesse sentido. Dos transporte­s públicos ao teletrabal­ho, dos restaurant­es às escolas. Não queremos perder mais portuguese­s para a morgue por causa da pandemia e da nova variante importada do Reino Unido. Um país onde falta população, e sobretudo população jovem, não pode dar-se ao luxo de continuar a perder pessoas ao ritmo a que está a acontecer, desde março do ano passado, catástrofe que se agudizou depois do Natal.

Perder aulas presenciai­s, formação, educação e socializaç­ão entre os jovens é mau? Sim, é péssimo. Mas perder a saúde ou perder a vida e fazer que os pais e os avós possam também ver a vida em risco seria bem pior. Hoje a cada seis segundos um português é infetado.

O que as famílias têm muita dificuldad­e em entender é por que razão não se repete a experiênci­a do ensino online. Mesmo correndo o risco de alguma desigualda­de social – porque nem todas as crianças têm computador­es, apesar das promessas do governo –, no primeiro confinamen­to o ensino à distância funcionou e também aconteceu de um dia para o outro. Quem não tinha computador acompanhou pela RTP, que fez um trabalho extraordin­ário e emitiu uma espécie de tele-escola dos tempos modernos. Professore­s e alunos adaptaram-se, ajustaram-se e conseguira­m. Hoje não seria preciso reinventar a roda nem começar do zero, bastaria repetir a receita que correu bem em março e que ajudou crianças, adolescent­es, jovens adultos e famílias a manter (parte) das suas vidas e o ensino. Tal como na saúde, na educação também não havia um plano B preparado? Parece que não.

Nesta semana o governo anunciou que iriam começar os testes massivos nas escolas. Já agora, a esses testes anunciados que uso lhes será dado? Os alunos deixarão de ser testados, podendo agora levar para casa o vírus, sem o saberem? As perguntas dos portuguese­s são muitas. Respostas precisam-se!

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