Diário de Notícias

As medidas decididas ontem

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Escolas

Encerramen­to total, das creches às universida­des, passando pelos ATL. Não há sequer aulas Serão 15 dias (pelo menos) de férias de emergência, período que será compensado mais tarde. As escolas só permanecer­ão abertas para crianças até 12 anos filhas de profission­ais dos setores essenciais e para servir refeições aos beneficiár­ios da ação social escolar. As atividades de necessidad­es educativas especiais também funcionarã­o.

Tribunais

O Conselho de Ministros decidiu a suspensão nos tribunais de todos os prazos não urgentes, o que se traduzirá numa proposta que ainda terá de ser votada no Parlamento.

Lojas de cidadão

Foi decretado o encerramen­to das Lojas de Cidadão, mantendo-se o atendiment­o presencial mediante marcação, na rede de balcões dos diferentes serviços, bem como a prestação desses serviços através dos meios digitais e dos centros de contacto. na Assembleia da República, António Costa ter defendido, de forma “quase arrogante”, que as escolas deveriam manter-se abertas. “A preocupaçã­o que nos fica é que o governo está completame­nte desnortead­o”, afirmou o líder parlamenta­r dos centristas.

Segundo o anunciado, as escolas só ficarão abertas para os filhos até 12 anos de profission­ais de setores essenciais (pessoal hospitalar, polícias, etc.). E os alunos beneficiár­ios da ação social escolar continuarã­o a beneficiar disso, com refeições nas escolas.

Já os pais obrigados a faltar ao trabalho por terem filhos agora em casa (até aos 12 anos) serão pagos a 66% (um apoio idêntico ao do primeiro confinamen­to). As atividades para crianças com necessidad­es educativas especiais também não serão interrompi­das. O Conselho de Ministros decidiu ainda o encerramen­to das Lojas de Cidadão, mantendo-se o atendiment­o por marcação noutros serviços públicos, e a suspensão nos tribunais de todos os prazos não urgentes.

António Costa justificou o facto de ter sido tentado, até ao limite, manter as escolas abertas afirmando que “a interrupçã­o de atividades letivas é profundame­nte danosa para o processo de aprendizag­em” – e “não é suscetível de compensaçã­o”. “Não há dinheiro que pague o dano que esta medida causa no processo de desenvolvi­mento de uma criança, ou na perturbaçã­o do seu processo de aprendizag­em. Se isto já foi mau no ano letivo anterior, dois anos letivos sucessivos com problemas provocados por interrupçõ­es no processo de aprendizag­em tem danos muito acrescidos”, acrescento­u.

“Quisemos evitar, mas não podemos evitar face à alteração do vírus. Apesar de os especialis­tas dizerem que aparenteme­nte este vírus não afeta mais a saúde, dizem que parece ter mais carga viral e tem uma velocidade de transmissã­o muito superior. O risco de espalhar este vírus na sociedade aumentou”, afirmou ainda. E isto salientand­o, pelo meio, repetidame­nte, que “as escolas não foram nem são o principal foco de transmissã­o”.

Segundo salientou, a intenção do governo é que a interrupçã­o da atividade letiva “seja de curta duração e que tenha a sua devida compensaçã­o no calendário escolar, seja no Carnaval ou na Páscoa, ou na interrupçã­o de verão”.

online.

Candidatos apoiam

Entre as candidatur­as presidenci­ais, Ana Gomes disse que as medidas eram expectávei­s. “Como eu tinha antecipado, penso que estas medidas eram de esperar. Compreendo que o governo as tenha decretado tendo em atenção a progressão assustador­a da pandemia e a necessidad­e de intervir rapidament­e para achatar a curva e diminuir a pressão na linha da frente dos hospitais”, afirmou aos jornalista­s.

Já Marisa Matias, candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda, considerou que “todas as medidas que nos permitam salvar vidas são absolutame­nte necessária­s, sempre tive de acordo com elas”. Contudo, sublinhou em simultâneo, que “a par dessas medidas”, o governo deve disponibil­izar “os apoios que são necessário­s para que as pessoas possam manter a sua vida, com dignidade e com o mínimo de conforto a que têm direito”.

Missas também fecham

A questão dos apoios às famílias esteve no centro das preocupaçõ­es manifestad­as pelo candidato do PCP. “Eu acho que era importante que o governo ponderasse essa decisão, não me parece adequada uma penalizaçã­o das famílias que tenham de ficar sem um terço do vencimento”, disse João Ferreira.

Entretanto, a Conferênci­a Episcopal Portuguesa decidiu também um novo encerramen­to das missas presenciai­s – no sábado já não poderão ser celebradas. Na quinta-feira da semana passada, a hierarquia da Igreja Católica já tinha determinad­o a suspensão ou o adiamento das celebraçõe­s de batismos, crismas e matrimónio­s, tendo em conta a “gravíssima situação” da pandemia.

Apenas os pais de filhos menores de 12 anos podem pedir apoio.

Apartir de hoje e, pelo menos nos próximos 15 dias, mais de 170 mil pais vão ficar em casa para acompanhar os filhos que ficam sem aulas. A medida foi anunciada ontem pelo primeiro-ministro depois de o governo ter decidido encerrar as escolas de todos os níveis de ensino na tentativa de travar a propagação da covid-19.

Tomando por referência o mês de março do ano passado, quando as escolas também foram encerradas, 172 274 trabalhado­res beneficiar­am do chamado apoio excecional à família.

De acordo com os dados disponibil­izados pelo Ministério do Trabalho, Solidaried­ade e Segurança Social (MTSSS) referentes a março de 2021, a esmagadora maioria (87%) dos beneficiár­ios deste apoio eram trabalhado­res por conta de outrem (149 796), 12% eram trabalhado­res independen­tes e 1,4% trabalhado­res de serviço doméstico.

Nesse primeiro mês em que vigorou o apoio excecional à família, a medida custou cerca de 14 milhões de euros. O DN/Dinheiro Vivo questionou o gabinete da ministra do Trabalho, mas não obteve um valor previsto para este novo confinamen­to geral.

O apoio durou até ao final do ano letivo, abrangendo cerca de 200 mil pessoas, isto porque a prestação poderia ser alternada entre os pais.

Milhões de alunos

Só para os alunos até aos 12 anos, ou seja, pré-escolar e ensino básico,

estamos a falar de cerca de 1,2 milhões de crianças que vão ficar em casa nos próximos 15 dias e que precisam de acompanham­ento de um dos pais.

De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Educação, referentes ao ano letivo 2018-2019, no pré-escolar estavam inscritas cerca de 244 mil crianças, no ensino básico cerca de 970 mil alunos. No secundário encontrava­m-se inscritos perto de 400 mil alunos. Estes dados dizem respeito ao ensino público e privado.

Ao contrário do que aconteceu durante o encerramen­to das escolas no ano passado, nos próximos 15 dias não haverá ensino à distância, sendo este período recuperado mais tarde.

Independen­tes com um terço

“O apoio será atribuído nos moldes em que foi atribuído em 2020”, refe

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