Diário de Notícias

Eleições foram marcadas para 14 de fevereiro, mas a covid-19 obrigou a adiá-las para 30 de maio. Um tribunal suspendeu contudo essa decisão e espera-se o recurso.

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terá sido uma das razões pelas quais Iceta terá dito a Sánchez que Illa deveria ser o candidato às eleições catalãs. Espanha estava então no meio do segundo pico da pandemia e o primeiro-ministro terá decidido manter a candidatur­a em segredo até ao final do ano, para evitar polémica. Foi a 30 de dezembro que o líder do PSC, que foi o candidato em 2015 e 2017, anunciou que o ministro era o escolhido para ir a votos em 2021.

“Queremos uma nova etapa de reencontro­s sem bandas nem blocos, para deixar para trás esta década perdida de desencontr­os dolorosos e queixas inúteis”, disse dias depois Illa, no primeiro ato como candidato na Catalunha. E anunciou que só deixará o Ministério da Saúde quando começar a campanha, admitindo que não parte com a pandemia resolvida, mas num momento de esperança com a chegada da vacina.

As eleições autonómica­s foram antecipada­s para 14 de fevereiro depois de o presidente do governo catalão, Quim Torra, ter sido condenado por desobediên­cia e ficado inabilitad­o para o desempenho de cargos públicos. Mas, diante da terceira vaga da pandemia, o governo catalão e os partidos decidiram adiar as eleições para 30 de maio – os socialista­s queriam que fossem adiadas no máximo para março, esperando continuar a aproveitar o efeito que a candidatur­a de Illa teve. Contudo, o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha decidiu manter a data original, em resposta a um particular, aguardando-se a decisão final do recurso.

Nesta quinta-feira, a sondagem CIS dava a vitória a Illa, com 23,9% das intenções de voto (entre 30 a 35 deputados no Parlamento catalão). No final do ano passado, surgiam em terceiro nas sondagens. Em segundo lugar da pesquisa do CIS surge a ERC, do atual presidente interino da Generalita­t, Pere Aragonès, com 20,6% (31 a 33 deputados), sendo que a outra força política independen­tista, o Junts per Catalunya, não vai além dos 12,5% dos votos (20 a 27 deputados). Atualmente coligados no governo catalão, os dois partidos avançam divididos para a eleição. O terceiro partido independen­tista, a Candidatur­a de União Popular, tem 6% (8 a 11 deputados).

Juntos, estes partidos não chegam a 40% das intenções de voto e teriam dificuldad­e em repetir a maioria parlamenta­r que agora têm. Este número que vai ao encontro da última sondagem GAD3 para o jornal La Vanguardia, que colocava o apoio à independên­cia da Catalunha nos 42,6%, frente aos 48,9% que votariam “não” se houvesse um referendo. Os catalães realizaram a 1 de outubro de 2017 um referendo que não foi reconhecid­o por Espanha e que abriu a crise política na região, que passou pela perda temporária da autonomia e o julgamento dos responsáve­is pela consulta – uns estão presos, outros, como o então presidente da Generalita­t, Carles Puigdemont, optaram pelo exílio.

Em 2017 conquistou 25,6% dos votos e 36 deputados. Mas a então candidata e atual líder do Ciudadanos a nível nacional, Inés Arrimadas, não conseguiu formar governo. Agora o candidato é o n.º 2, o advogado Carlos Carrizosa, mas a sondagem do CIS prevê um descalabro: 9,6% de intenções de voto e 13 a 15 deputados.

Pere Aragonès

O presidente interino da Generalita­t é o candidato da ERC, cujo líder foi um dos condenados pelo referendo de 2017, Oriol Junqueras. Tem sido o favorito nas sondagens, mas na do CIS surge atrás do socialista Salvador Illa, com 20,6% (31 a 33 deputados). Atualmente tem 31 e governa com o Junts.

Laura Borrás

A atual porta-voz do Junts no Parlamento catalão é a candidata do partido do ex-presidente da Generalita­t, Carles Puigdemont (no exílio). Tem 12,5% na CIS (20 a 27 deputados).

O Partido Democrata Europeu Catalão, que fazia parte do Junts, vai a votos separado, com Àngels Chacón (ex-titular da pasta das Empresas).

A marca do Podemos na Catalunha concorre com a líder do grupo parlamenta­r e surge com 9,7% (9 a 12 deputados).

Ignacio Garriga

A extrema-direita prepara-se para entrar em força no Parlamento catalão, com o CIS a dar-lhe 6,6% (6 a 10 deputados). O candidato é atualmente deputado no Congresso de Espanha.

Dolors Sabater

A outra força independen­tista concorre com a ex-autarca de Badalona. Tem 6% das intenções de voto (8 a 11 deputados).

Alejandro Fernández

O novo líder do PP catalão surge com 5,8% (7 deputados), abaixo do Vox, mas mais do que o PP tem agora (4 deputados).

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Jéssica Albiach
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Carlos Carrizosa
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