Um cenário incrível que vai pontuando os episódios é o “panorama” de Nova Iorque patente no Queens Museum of Art: uma réplica a três dimensões que ocupa uma superfície de quase 900 metros quadrados.
da decoração está o taco de bilhar que aí foi usado por Mark Twain. Tais momentos surgem entrecortados por diversos registos em vídeo ou entrevistas televisivas, envolvendo, por exemplo, a escritora Toni Morrison e personalidades do cinema como Spike Lee, Alec Baldwin ou Olivia Wilde.
Um cenário incrível que vai pontuando os episódios é o“panorama” de Nova Iorque patente no Queens Museum of Art: uma réplica a três dimensões que ocupa uma superfície de quase 900 metros quadrados. Isto sem esquecer os sofisticados efeitos de montagem que levam Scorsese a “ilustrar” as ideias de Lebowitz com imagens de especial impacto: assim, quando ela fala do valor da arte ou do gosto pelas festas surgem, respetivamente, Marvin Gaye a ensaiar com a sua banda e um extrato da cena do baile de
(1963), de LuchinoVisconti, com Claudia Cardinale e Alain Delon.
O “excesso” de opiniões que Lebowitz reconhece na sua postura decorre de uma lógica de vida – logo, de um método de pensamento – que não tem receio de expor a sua resistência aos valores “sociais” dominantes. Ela é, afinal, alguém que insiste em lembrar que não possui nem computador nem telemóvel; em boa verdade, mesmo no começo da sua atividade de jornalista (escreveu, por exemplo, para a revista Interview, de Andy Warhol), nem sequer usava uma máquina de escrever. Lebowitz pertence a um continente cultural que se define, antes de tudo o mais, a partir de uma relação apaixonada com os livros. O que, bem entendido, Scorsese acolhe com carinho e entusiasmo.