Sem voos, easyJet Portugal tem cerca de um terço do pessoal em lay-off até março
AVIAÇÃO A abertura da base de Faro está confirmada e a low-cost defende que o turismo de lazer deverá ser dos primeiros a recuperar. A base no Algarve “vai permitir corresponder à procura de pico com capacidade sazonal”.
Aprocura pelo transporte aéreo está em níveis muito baixos devido à pandemia e as limitações e proibições aplicadas pelos governos europeus para travar o contágio do covid-19. A easyJet em Portugal chegou a acordo com os trabalhadores e há menos de um terço em lay-off até ao final do primeiro trimestre. A empresa acordou também um congelamento de salários para salvar postos de trabalho. A terceira base da low-cost britânica em Portugal está “confirmada” e deverá ser aberta já em março.
“Devido ao nível sem precedentes de restrições de viagens impostas pelos governos em resposta à pandemia da covid-19 e aos níveis significativamente reduzidos de procura por parte dos clientes, a easyJet está a realizar todas as ações para diminuir os custos não essenciais e as despesas não críticas”, começa por dizer ao DN/Dinheiro Vivo fonte oficial da transportadora britânica em Portugal.
“Implementámos o lay-off, com a concordância da comissão de trabalhadores, entre janeiro de 2021 e março de 2021, impactando menos de um terço dos colaboradores juntamente com outras medidas (como o congelamento de salários) que nos permitirão salvar empregos e sobreviver durante a pandemia”, acrescenta.
Para se ter uma ideia, em junho, a easyJet contava com uma equipa em Portugal de cerca de 350 pessoas. Quanto aos congelamentos salariais, a low-cost diz ter sido “acertado com sindicatos e com a comissão de trabalhadores e, como resultado, foi possível mitigar o impacto da pandemia junto da equipa em Portugal”.
Os confinamentos estão em vigor em vários pontos da Europa. A easyJet avançou nesta semana que entre janeiro e o final de março prevê operar até 10% da sua capacidade à escala europeia. Fonte oficial da empresa nota que cada rota é avaliada “com base nas restrições de viagens”.
Os voos para solo britânico estão proibidos até 14 de fevereiro e os números da pandemia colocaram Portugal na lista germânica das regiões de alto risco. Além disso, os residentes estão proibidos de sair do país a partir de 31 de janeiro. Perante este cenário, a companhia aérea diz que “vamos avaliar e ajustar à procura existente em conformidade. Mantemos a flexibilidade para aumentar e responder rapidamente à procura pelos nossos voos”.
Base de Faro confirmada
Em outubro, a easyJet anunciou a abertura de uma base sazonal no Algarve a partir de março de 2021.
Questionado sobre o efeito da pandemia no que respeita a mudanças no plano, a companhia aérea garante que não há alteração. “A base sazonal em Faro está confirmada.”
A pandemia, e o contágio que pode trazer à economia europeia, podem levar “a mudanças no comportamento do consumidor nos próximos anos e esperamos que o lazer seja o primeiro segmento de viagens a recuperar-se”, justifica. Por isso, a palavra de ordem é “continuar a investir neste nosso mercado para garantir a manutenção da nossa posição de liderança e a nova base sazonal em Faro Internacional vai permitir-nos corresponder à procura de pico com capacidade sazonal e reforça o nosso compromisso com o lazer, bem como desbloquear os novos mercados que podemos servir” através do Algarve.
A companhia low-cost não prevê, por esses motivos, “qualquer redução das operações no país”. “Devido à pandemia e às atuais restrições de viagens, estamos a operar com um programa de voos reduzido, mas sabemos que existe procura por viagens e, portanto, estamos prontos para aumentar o ritmo assim que for seguro fazê-lo e as restrições diminuírem”, conclui a easyJet.