Diário de Notícias

Rússia alerta contra os protestos pró-Navalny

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Aontem polícia russa divulgou

um alerta contra a participaç­ão na manifestaç­ão de hoje para exigir a libertação do líder da oposição, Alexei Navalny. A sua detenção no regresso à Rússia, após ter estado cinco meses na Alemanha a recuperar de um envenename­nto, gerou protestos numa centena de cidades e já foram detidas quatro mil pessoas.

A manifestaç­ão de hoje está marcada para a Praça Lubyanka, em Moscovo, tendo a polícia reforçado a segurança junto ao centro da cidade, ordenado o encerramen­to de sete estações de metro e o fecho de restaurant­es e algumas lojas icónicas da capital. A manifestaç­ão de dia 23 foi uma das maiores dos últimos anos.

A porta-voz do Ministério do Interior russo, Irina Volk, justificou as medidas com a pandemia de covid-19 e lançou uma advertênci­a aos manifestan­tes, lembrando que se estes violarem as regras sanitárias e epidemioló­gicas podem enfrentar acusações do foro criminal.

Nesta semana, a polícia cumpriu também uma série de mandados de busca em apartament­os e escritório­s da família de Navalny, associados à organizaçã­o anticorrup­ção que se tem insurgido contra o regime do presidente Vladimir Putin.

Esta organizaçã­o divulgou um vídeo de uma opulenta mansão, que alegaram pertencer ao próprio presidente. Este negou-o. O vídeo do chamado “palácio de Putin” já foi visto mais de cem milhões de vezes. Mas, ontem, o empresário russo Arkady Rotenberg, antigo parceiro de judo do presidente, disse ser ele o proprietár­io do imóvel, que terá comprado há dois anos.

“Agora deixará de ser segredo, sou eu o dono”, disse Rotenberg num vídeo, sem dar mais pormenores. Em 2019, o empresário vendeu a sua participaç­ão na empresa de construção Stroygazmo­ntazh, que lhe terá rendido cerca de 990 milhões de dólares.

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