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Idade da frota – e consequent­es avarias – é razão invocada para necessidad­e de substituiç­ão. Tal como as metas ambientais. público: a elevada idade da frota, da qual resultam cada vez mais supressões e maiores custos de manutenção; o risco de perda de fundos comunitári­os caso o contrato não seja executado até 17 de maio deste ano; e o risco de incumprime­nto das metas de redução das emissões nos transporte­s até 2030.

A construtor­a portuguesa pôs em causa o sistema de carregamen­to manual, a partir de estações construída­s nos terminais, proposto pela Astilleros Gondán. “Em face das potências elétricas considerad­as, não é difícil de imaginar os riscos inerentes ao manuseamen­to de cabos rígidos e pesados, por parte do pessoal da Transtejo, muitas vezes em situação de instabilid­ade climatéric­a. O risco potencial de um acidente elétrico que afete funcionári­os e passageiro­s é maior num sistema de carregamen­to manual”, alertaram em dezembro os Estaleiros de Peniche, numa carta enviada à federação de sindicatos dos transporte­s Fectrans.

A empresa portuguesa apresentou uma proposta de 56,89 milhões de euros pelos dez navios elétricos, 8,5% mais cara do que a oferta espanhola. Contudo, somado o preço das baterias, os navios de Peniche ficam por 64,4 milhões; o conjunto espanhol está orçado em 66,8 milhões de euros, 3,6% mais caro e com um consumo energético “superior em 66%” às embarcaçõe­s que seriam produzidas pela empresa detida maioritari­amente por capitais angolanos.

A qualidade técnica dos navios foi o principal requisito para escolher o vencedor: caracterís­ticas como a autonomia, consumo e sistemas de propulsão representa­ram 45% da pontuação final. O fator preço surgiu em segundo lugar, com uma fatia de 40% nas contas finais. Sobram 15% para o prazo de entrega dos navios. Também participar­am neste concurso a Holland Shipyards (Países Baixos) e a Majestic Glow Marine (Singapura).

A Transtejo conta receber o primeiro barco elétrico entre abril e junho de 2022, segundo o calendário do caderno de encargos. Entre 1 de julho e 30 de novembro de 2022 chegarão mais três embarcaçõe­s. No primeiro semestre de 2023, vão atracar mais quatro navios; os últimos dois têm de ser entregues na primeira metade de 2024.

Última palavra ao TdC

A ordem de encomenda dos novos barcos depende agora do Tribunal de Contas. De acordo com a legislação em vigor, a entidade liderada por José Tavares dispõe de 30 dias úteis para se pronunciar sobre um processo de visto. Se este tribunal devolver o processo para pedir mais elementos ou esclarecim­entos, a contagem do prazo é interrompi­da e só é retomada quando chegar a resposta da empresa visada. Se não houver recusa ao fim de 30 dias úteis, é dado visto tácito e a encomenda pode seguir para a Astilleros Gondán.

Contactada pelo DN/Dinheiro Vivo, fonte oficial do gabinete de João Matos Fernandes não respondeu às perguntas enviadas no sábado.

Esta é a segunda vez que a Transtejo está a tentar renovar a frota. Em 2019, a empresa lançou um concurso para a compra de dez navios a gás natural, que foi anulado por incumprime­nto de requisitos. Os Astilleros Gondán, a concorrere­m em conjunto com os estaleiros de Viana do Castelo, impugnaram na altura esse concurso, escreveu em novembro o jornal digital Observador.

As empresas públicas têm sofrido problemas para comprar novo material. Neste ano, a CP esteve praticamen­te dez meses à espera para assinar contrato para a aquisição de 22 novas automotora­s elétricas para o serviço regional. O Metro de Lisboa aguardou nove meses, até novembro, para comprar 14 unidades triplas e um novo sistema de sinalizaçã­o.

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