União Europeia condenou “detenções generalizadas e o uso desproporcional da força”, tal como os Estados Unidos. Rússia criticou a ingerência.
As acusações de “ladrão” surgem depois de a equipa de Navalny revelar o que apelidou de “palácio de Putin”, uma mansão nas margens do mar Negro no valor de mil milhões de euros que, entre outras coisas, tem piaçabas de luxo que custam 700 euros. Alguns manifestantes foram para a rua com piaçabas dourados. O presidente nega ser o dono e um empresário milionário já veio a público dizer que a propriedade é dele.
Em São Petersburgo, os media locais relataram o uso de gás lacrimogéneo e de tasers por parte da polícia, com um agente alegadamente a ameaçar os manifestantes com a sua arma.
No regresso a Moscovo, a 17 de janeiro, Navalny foi detido por violar a obrigatoriedade de se apresentar às autoridades, por causa de um processo em que foi condenado a pena suspensa. Contudo, enfrenta vários outros processos, podendo vir a ser condenado a anos de prisão. A comunidade internacional tem apelado à sua libertação e a uma investigação sobre o envenenamento.
“Os EUA condenam o uso persistente de táticas de força contra manifestantes pacíficos e jornalistas pelas autoridades russas pela segunda semana consecutiva. Renovamos o nosso apelo à Rússia para que liberte os detidos por exercerem os seus direitos humanos, incluindo Alexei Navalny”, escreveu no Twitter o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. Também o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, condenou as “detenções generalizadas e o uso desproporcional da força”. Moscovo criticou a ingerência.
Cinco dos advogados envolvidos na defesa do ex-presidente norte-americano Donald Trump, cujo processo de impeachment começa a 8 de fevereiro no Senado, deixaram a equipa. De acordo com a CNN e outros media norte-americanos, por detrás da decisão está a falta de acordo em relação à estratégia de defesa. Trump quer insistir na ideia de que a eleição foi roubada e de que houve fraude, mas os advogados, liderados por Butch Bowers e Deborah Barbier, queriam apostar na ideia de que não se pode destituir um presidente que já não está em funções.
Segundo o The New York Times, Trump estará a dizer à sua equipa que o caso é simples e que até ele pode argumentar a seu favor e poupar o dinheiro. Os conselheiros dizem contudo que ele não está a pensar fazê-lo. “Trabalhámos muito, mas ainda não tomámos uma decisão definitiva sobre a nossa equipa legal. Vamos fazê-lo em breve”, escreveu no Twitter um dos assessores, Jason Miller. Além de Bowers (que já defendeu políticos em processos de destituição e é especialista em ética) e Barbier, deixaram a equipa Josh Howard, Johnny Gasser e Greg Harris.
O ex-presidente enfrenta o seu segundo processo de impeachment, sendo acusado de “incitar à insurreição” nos eventos que levaram à invasão do Capitólio, a 6 de janeiro, na qual cinco pessoas morreram. A Câmara dos Representantes, responsável pela acusação, deverá usar as imagens do discurso do presidente a incitar a multidão que protestava naquele dia em Washington D.C., além das inúmeras mensagens no Twitter.
Para o impeachment ser aprovado são precisos 67 votos, sendo os senadores democratas apenas 50. Só após a destituição, os senadores podem votar para proibir Trump de ocupar outros cargos públicos, na prática afastando-o das presidenciais de 2024.