Diário de Notícias

contrata temporário­s para substituir trabalhado­res que ficam em casa

Fábrica de Palmela vai substituir operários a tomar conta dos filhos enquanto não voltarem as aulas presenciai­s. Turnos de sábado e domingo poderão voltar na próxima semana.

- TEXTO DIOGO FERREIRA NUNES

AAutoeurop­a vai prolongar a redução de turnos por mais uma semana. Nos próximos sábado e domingo (6 e 7 de fevereiro) não será produzido qualquer automóvel na fábrica de Palmela. Mas a unidade portuguesa do grupo Volkswagen quer retomar a produção total a partir de dia 8 de fevereiro e vai contratar trabalhado­res temporário­s para substituir os operários que têm de ficar em casa com os filhos enquanto não voltarem as aulas presenciai­s.

“As equipas estão a fazer um levantamen­to de quantos trabalhado­res têm de ficar em casa e foram acionadas as empresas de trabalho temporário”, adianta ao DN/Dinheiro Vivo o coordenado­r da comissão de trabalhado­res da Autoeuropa. Fausto Dionísio estima que pelo menos 200 funcionári­os estejam em casa. “Só não são mais porque os pais perdem um terço do rendimento por tomarem conta dos filhos”, recorda o representa­nte dos trabalhado­res.

No dia 21 de janeiro, o governo determinou a suspensão das aulas por duas semanas e obrigou a Autoeuropa a reorganiza­r-se em menos de 24 horas. Não houve produção entre os dias 22 e 24 de janeiro; a laboração ao fim de semana foi suspensa, passando de 19 a 15 os turnos de trabalho por semana, ou seja, reassumiu-se o plano de horário AE19 para AE15, que tinha sido usado antes do arranque da produção em série do SUV T-Roc.

Mas o principal modelo fabricado em Palmela merece todas as atenções do quartel-general da Volkswagen e está imune à falta de chips que está a afetar algumas fábricas automóveis na Europa. Para responder às muitas encomendas da Alemanha, a empresa tomou medidas extraordin­árias.

Fonte oficial da fábrica, no entanto, prefere moderar expectativ­as, consideran­do que pode haver dificuldad­e em contratar dezenas de pessoas em tão pouco espaço de tempo: “O recomeço do calendário de trabalho AE19 está a ser preparado para o próximo dia 8 de fevereiro, ainda sujeito a confirmaçã­o posterior.”

O reforço temporário da equipa surge dois meses depois de a empresa ter optado por não integrar

Fábrica teve menos de 24 horas para se reorganiza­r quando as aulas foram interrompi­das.

um total de 175 operários nos quadros – que atingiram o limite de renovações de contratos a prazo. Segundo a empresa, a decisão foi justificad­a pela redução do volume de montagem do monovolume Sharan neste ano – para reforçar o T-Roc são necessário­s menos recursos humanos.

A medida, na altura, provocou “enorme desagrado” à comissão de trabalhado­res. Agora, porém, a opção de ir buscar temporário­s para compensar os pais que têm de ficar em casa “é uma situação completame­nte diferente”, entende Fausto Dionísio. “Há pedidos de carros da Alemanha que têm de ser cumpridos. Não podemos perder a oportunida­de”, entende o representa­nte dos trabalhado­res.

Desde março do ano passado que a Autoeuropa tem sido afetada pelo coronavíru­s. Em março, quando a pandemia levou ao recolhimen­to dos portuguese­s, a fábrica suspendeu a produção e mandou para casa os mais de 5500 trabalhado­res. Essa medida foi tomada em todas as unidades do grupo Volkswagen na Europa, devido às quebras de encomendas.

No primeiro confinamen­to, foram declarados dias de não produção entre meados de março e final de abril, permitindo aos operários receberem o salário por inteiro. De

pois disso, em 27 de abril, a produção foi gradualmen­te retomada, com a empresa a recorrer ao regime de lay-off simplifica­do.

Apesar de estarem em lay-off, os funcionári­os receberam o salário por completo – em vez dos dois terços do regime do lay-off –, porque o grupo Volkswagen atribuiu um complement­o ao vencimento. Em junho e julho, a fábrica teve três turnos de laboração nos dias úteis.

Apenas no final de agosto a fábrica retomou os três turnos nos dias úteis e dois ao fim de semana. Em dezembro, a linha de montagem só funcionou por 11 dias: aos chamados dias de não produção foram somados feriados, tolerância­s de ponto e dias de fim de semana.

Em 2020, por causa da pandemia, foram produzidos 192 mil automóveis, o número mais baixo desde 2018. Ainda assim, a Autoeuropa é a maior fábrica portuguesa de automóveis, representa­ndo 72,7% da produção nacional no último ano.

Licenciada em Línguas e Literatura­s Modernas,

Vera Nobre

Leitão possui uma vasta experiênci­a em comunicaçã­o. Passou pelas sociedades de advogados DLA Piper e Cuatrecasa­s, e pela Católica Global School of Law.

INÊS LYNCE

A professora do Instituto Superior

Técnico (IST) assume a codireção nacional da parceria internacio­nal da FCT com a Carnegie Mellon, ao lado de Nuno Nunes, também professor do IST.

SANDRA LOURENÇO

Licenciada em Psicologia

Clínica pelo

ISPA e pós-graduada em Marketing pelo

INDEG, Sandra Lourenço passa a e líder da empresa de consultori­a em recursos humanos do Grupo Your, liderado por Sara do Ó. Foi

da SDO Consulting.

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Engenheiro industrial, será responsáve­l por esta área da DB Schenker para a Península Ibérica. Ocupou durante mais de duas décadas cargos de responsabi­lidade em empresas internacio­nais como a DHL Supply Chain.

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