Diário de Notícias

O dia em que no Porto se quis proclamar a República

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A revolta de 31 de janeiro de 1891 no Porto surgiu na primeira página do DN de 1 de fevereiro como um dos assuntos do dia: “Rebelião e revolta militar. Luta nas ruas. Repressão da revolta. Vítimas. Providênci­as extraordin­árias. Suspensão de garantias”. Eram com estes títulos que se descrevia os acontecime­ntos da véspera, numa primeira página que não tinha imagens e onde o que estava a acontecer no Porto surgia no meio de outros acontecime­ntos.

Na madrugada do dia 31, um movimento republican­o levou a cabo um levantamen­to militar contra a monarquia – que na altura tinha cedido ao Ultimato Inglês de 1890 e posto fim ao sonho do Mapa Cor-de-Rosa e da pretensão portuguesa de ligar por terra Angola e Moçambique. A revolta parecia estar a surtir efeito quando, no antigo edifício da Câmara do Porto, Alves da Veiga (advogado e político republican­o) proclamou a Implantaçã­o da República. Mas quando os revoltosos se dirigiam para a Batalha, pela Rua de Santo António (mais tarde rebatizada Rua de 31 de Janeiro), deu-se um confronto armado. Terão morrido 12 pessoas e ficado feridas mais de 40. A meio da manhã, a rendição dos revoltosos consumava-se com os principais líderes a conseguir fugir para o exílio. Em última hora, na primeira página, já se lia: ”Continua a reinar o sossego”, falando-se já de 300 militares presos.

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