Diário de Notícias

AOS 36, RONALDO continua a brilhar como poucos.

ANIVERSÁRI­O Internacio­nal português é, entre todos os vencedores da Bola de Ouro, um dos 23 que comemorara­m o 36.º aniversári­o ainda a jogar e um dos seis que chegaram a essa idade com ambições a nível de seleção. Juventus já quer renovar o contrato.

- TEXTO DAVID PEREIRA

Cristiano Ronaldo celebra hoje 36 anos, uma idade em que uma grande parte dos futebolist­as atravessa já o ocaso da carreira e à qual muitos outros chegam já com as botas penduradas. Mas no caso de CR7 os anos não pesam, pois mantém-se no topo, um desportist­a de eleição que é ainda a grande figura da Juventus e da seleção nacional, que recentemen­te se tornou o maior goleador da história do futebol (763 golos) e que só nesta época pelo clube de Turim já leva 22 golos em 23 jogos. Ontem, em Itália, curiosamen­te, o jornal TuttoSport dava conta da intenção da Juventus em renovar o contrato de CR7 por mais um ano, ou seja, até 2023.

Dos 42 vencedores da Bola de Ouro – as exceções são Messi e Modric –, 19 encontrava­m-se retirados aos 36 anos, entre os quais o goleador alemão Gerd Müller, os génios franceses Michel Platini e Zinedine Zidane, os artistas brasileiro­s Ronaldo, Ronaldinho e Kaká e os míticos holandeses Gullit eVan Basten.

Se Cristiano Ronaldo (vencedor da prestigiad­a distinção individual em 2008, 2013, 2014, 2016 e 2017) segue a tendência da maioria dos vencedores da Bola de Ouro, que continuava­m a jogar aos 36 anos, verdade seja dita que é um dos poucos que chegam a esta idade ainda ao mais alto nível e com ambições em termos de clubes e de seleções. Ainda nesta semana foi eleito o melhor jogador europeu da década para a Federação Internacio­nal de História e Estatístic­a.

A lista restrita

Ronaldo faz parte da restrita lista de apenas seis vencedores de Bolas de Ouro que chegaram aos 36 anos ainda a jogar na seleção nacional. Os outros foram o inglês Stanley Matthews, o espanhol Luis Suárez, o soviético Lev Yashin, o alemão Lothar Matthäus e o italiano Fabio Cannavaro. Tal como Ronaldo, que ainda mantém a ambição de participar no Campeonato da Europa deste ano e no Mundial 2022, depois dessa idade essa mão-cheia de jogadores ainda mantinham aspirações no futebol nacional e internacio­nal.

Matthews, que haveria de vencer a primeira Bola de Ouro em 1956 e estabelece­r desde então o recorde de jogador mais velho a ganhar essa distinção individual, aos 41 anos, foi ao Mundial de 1954 aos 39 anos e jogou na I Liga inglesa até aos 50.

Suárez, único espanhol a vencer uma Bola de Ouro (1960), aos 36 anos já não se encontrava no clube onde se notabilizo­u, o Inter de Milão, mas jogava a um nível elevado na Sampdoria e conseguiu mesmo regressar à sua seleção após cinco anos de ausência.

O mítico guarda-redes soviético LevYashin, que em 1963 se tornou o único guardião a ganhar a Bola de Ouro, ainda foi a tempo de disputar dois Mundiais (1966 e 1970) após comemorar o 36.º aniversári­o.

Matthäus, tal como Ronaldo, chegou aos 36 anos ainda como grande figura do futebol mundial, tendo depois dessa idade participad­o no Mundial 1998 e no Euro 2000, disputado a final da Liga dos Campeões e vencido o prémio de melhor jogador do ano da Alemanha em 1999.

Já Fabio Cannavaro, considerad­o o melhor do mundo em 2006, era, tal como CR7, titularíss­imo da Juventus aos 36 anos, tendo com essa idade participad­o no Mundial 2010.

Eusébio em Tomar, Figo no Inter

Ao contrário de Cristiano Ronaldo, os dois outros vencedores portuguese­s da Bola de Ouro estavam já numa acentuada curva descendent­e da carreira quando sopraram as 36 velas. Eusébio, que ganhou o prémio em 1965, chegou a essa idade a jogar na II Divisão, ao serviço do União de Tomar, já depois de ter passado pelos Estados Unidos e pelo

México, e pelo Beira-Mar, numa altura em que já tinha deixado o Benfica há quase três anos e a seleção há cerca de cinco.

Quanto a Luís Figo, Bola de Ouro de 2000, comemorou o 36.º aniversári­o numa altura em que era orientado por José Mourinho no Inter de Milão na última época da carreira. Mas já era quase sempre relegado para a condição de suplente e sem ir à seleção nacional há mais de dois anos.

Olhando para os vencedores da Bola de Ouro e para o patamar em que estavam quando chegaram aos 36 anos, alguns ainda se encontrava­m em bom plano, como o hispano-argentino Di Stéfano (Bola de

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Cristiano Ronaldo é um fenómeno de longevidad­e e aos 36 anos continua a ser a figura maior da Juventus e da seleção nacional.
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