Diário de Notícias

PATRIMÓNIO

Mais de sete séculos depois da sua fundação, o monumento que alberga o túmulo de D. Dinis será transforma­do pelo município num complexo académico e cultural.

- TEXTO FRANCISCO DE ALMEIDA FERNANDES

Mandado edificar por D. Dinis no século XIII e classifica­do como Monumento Nacional desde 1910, o Mosteiro de Odivelas tem uma longa história. Até 1888, foi local espiritual e de reclusão das monjas Bernardas, da Ordem de Cister, tendo dado lugar, em 1902, à instalação do Instituto de Odivelas que encerrou em meados de 2015. Desde aí, o corrupio de jovens alunas deu lugar a corredores vazios, acelerando a degradação daquele que é considerad­o “um verdadeiro símbolo do território”, diz ao DN o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins. É, aliás, responsabi­lidade do seu executivo o projeto de reabilitaç­ão para o edifício e toda a zona envolvente, que deverá incluir espaços académicos, um museu e um parque ajardinado com sete hectares. “Será um verdadeiro ex-lÍbris da natureza e do bem-estar”, garante.

Após negociaçõe­s com o Ministério da Defesa, o município conseguiu, em janeiro de 2019, garantir um contrato de cedência do imóvel por 50 anos para que fosse possível “salvaguard­ar, reabilitar e valorizar” o mosteiro. O consideráv­el “estado de degradação” implicou a definição de um projeto de conservaçã­o, assim como uma consulta pública junto da população sobre a futura utilização daquele espaço. Após a receção de dezenas de propostas, o executivo camarário aprovou sete eixos essenciais de intervençã­o – a criação de um centro interpreta­tivo, a instalação de uma escola artística, do campus universitá­rio do Instituto Superior de Lisboa e Vale do Tejo (ISCE), de uma residência universitá­ria do ISCTE, dos serviços municipais da CMO e ainda a construção do Parque Urbano da Cidade.

O fortalecim­ento da relação do concelho com a comunidade académica é visto por Hugo Martins como “um motor para a economia local”, que permitirá a “dinamizaçã­o cultural” da cidade e aproximá-la ainda mais de Lisboa. A residência universitá­ria, criada em parceria com o ISCTE, que se disponibil­izou a contribuir financeira­mente para a reabilitaç­ão do edifício, ocupará os antigos dormitório­s do Instituto de Odivelas e terá capacidade para albergar cerca de 200 alunos. “A atração de jovens para o nosso concelho potenciará as dinâmicas e vivências do espaço público no centro histórico”, defende o presidente, garantindo que nenhuma das componente­s do projeto colocará em causa as “visitas de interesse cultural e histórico”.

Uma das principais intervençõ­es tem como objetivo a criação do Centro Interpreta­tivo do Mosteiro de Odivelas (CIMO), um espaço museológic­o que incluirá os locais mais emblemátic­os, como a igreja,

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O Mosteiro de Odivelas está classifica­do como Monumento Nacional desde 1910.
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O projeto assenta em sete eixos de intervençã­o.
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Até 1888, foi local espiritual e de reclusão das monjas Bernardas.

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