Câmara de Cantanhede oferece dez mil árvores
PREVENÇÃO DE FOGOS As espécies autóctones vão do medronheiro ao sobreiro e serão para rearborizar faixas de gestão de combustível.
a sala do capítulo e os claustros, bem como a cozinha e o refeitório das monjas. Dois anos após a cedência do monumento ao município, Hugo Martins diz ao DN que, apesar da pandemia, o trabalho de preparação não tem parado. “A pandemia alterou obviamente alguns dos nossos planos, dado que demos prioridade absoluta à saúde pública”, refere, assegurando que “não deixamos de continuar a desenvolver os projetos e a cumprir as metas que tínhamos traçado”. O próximo passo, adianta, será dar início às obras de reabilitação e conservação dos claustros, que deverão “avançar muito em breve”.
Estudo ao túmulo de D. Dinis
Como tantos outros monumentos nacionais, a edificação do Mosteiro de Odivelas é frequentemente associada à lenda que narra o ataque de um urso a D. Dinis, junto a Beja, a que o monarca terá sobrevivido. Como forma de agradecimento à intervenção divina, o rei comprometeu-se a construir uma capela no Convento de São Francisco, na cidade alentejana, e o mosteiro que viria a ser o local da sua última morada. É ali que ainda hoje se encontra o túmulo de D. Dinis, cujo processo de conservação, restauro e investigação forense teve início em 2016. Em articulação com a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), a câmara municipal promoveu “um estudo científico inédito aos restos mortais do monarca” através da abertura da arca tumular que envolve uma equipa de conservadores, arqueólogos, historiadores, antropólogos forenses e especialistas em têxteis. Com esta intervenção, Hugo Martins espera ser possível descobrir “como era o rosto do rei, qual a sua estatura, quais as doenças que o poderiam ter acometido” entre outras informações relevantes, como o tipo de alimentação que mantinha ou até se apresenta, nos ossos, marcas da luta que terá travado com o lendário urso. Até ao momento, a Câmara Municipal de Odivelas, que não avança com uma data para a conclusão do projeto de reabilitação, já investiu cerca de 300 mil euros neste estudo considerado essencial para o conhecimento histórico do monarca, do túmulo e do mosteiro.
município de CantanheOde
vai disponibilizar dez mil árvores de espécies autóctones aos proprietários locais que queiram rearborizar faixas de gestão de combustível da rede viária florestal e das zonas industriais. Em comunicado, conhecido ontem, a autarquia presidida por Maria Helena Teodósio informa que a medida visa incentivar o repovoamento florestal em terrenos integrados nessas faixas de gestão de combustível, “que o município se viu obrigado a executar por imposição legal e de modo a dar cumprimento” ao Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios.
“É uma iniciativa que decorre da candidatura efetuada com sucesso ao projeto Floresta Comum, programa de fomento e incentivo à criação de uma floresta autóctone com altos índices de biodiversidade e de produção de serviços de ecossistema”, adianta.
As espécies disponíveis para plantação são o acer, o amieiro, o medronheiro, o vidoeiro, o lódão-bastardo, o freixo, carvalho-cerquinho, o carvalho-alvarinho, o sobreiro, o pinheiro-manso e a borrazeira-preta.
Aquele programa está a ser desenvolvido no âmbito de uma parceria que envolve a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a associação Quercus e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). A oferta é limitada ao conjunto de plantas existentes em viveiro. “Caso o pedido não possa ser imediatamente atendido, o requerente ficará inscrito para a próxima época de plantação”, segundo a Câmara Municipal de Cantanhede, no distrito de Coimbra. Os interessados devem fazer os pedidos junto do Gabinete Técnico Florestal (GTF) da autarquia, através do telefone 231423818 ou pelo e-mail gtf@cm-cantanhede.pt.