“Vamos ser um dos melhores a controlar a terceira vaga”
Para o virologista Pedro Simas, “houve uma adesão fastástica ao confinamento” e isso está a refletir-se. Desconfinamento com cautela, adverte.
Ovirologista Pedro Simas disse que Portugal está a ter uma redução abrupta no número de novos contágios que poderá colocar o país entre um dos melhores do mundo a controlar a terceira vaga da pandemia. “Fomos dos melhores do mundo no primeiro confinamento, os piores na origem da terceira vaga e vamos ser um dos países do mundo que mais depressa conseguiram controlar a terceira vaga porque de facto houve uma adesão fantástica ao confinamento e o resultado está à vista”, disse.
“Isto era perfeitamente previsível e dependia do bom comportamento e da adesão ao confinamento total e o que eu vejo é que houve uma adesão fantástica e o resultado está à vista porque a biologia é factual. Se não houver contactos e as pessoas aderirem às regras os vírus não conseguem transmitir-se. Está nas nossas mãos. É por isso que a curva de decréscimo é tão abrupta”, frisou o virologista do Instituto Molecular da Universidade de Lisboa
Pedro Simas referiu que de 28 de janeiro a 6 de fevereiro Portugal passou de uma média de 12 890 casos para 7270. “É fantástico. Está a ser tão bem executado que já se nota ao fim de duas semanas um decréscimo significativo no número de mortes”, disse. O encerramento das escolas foi para Pedro Simas “determinante” para esta inflexão da curva de crescimento, adiantando que ter as escolas abertas implicava muito movimento dos adultos.
O virologista diz que é agora importante aprender com o passado e perceber que é preciso desconfinar com regras para que Portugal não corra maior risco de ressurgimento de uma quarta vaga, lembrando que foi o relaxamento das medidas antes, durante e após o Natal que levou à terceira vaga do vírus. “Já percebemos a dinâmica do vírus. Como se consegue controlar? A nível da sociedade aderindo às regras de distanciamento físico, ao uso da máscara e inibindo ao máximo os contactos desnecessários.” A combinação destes fatores, defendeu, vai fazer a diferença para se conseguir ganhar liberdade. Simas defende que o desconfinamento só deveria ser pensado quando o país atingir entre 700 e 1400 novos casos/dia.