Diário de Notícias

André Silva ao DN: “O melhor que sei fazer são golos. Chegar à Bota de Ouro é um objetivo”

Superou o melhor registo goleador num campeonato. Tem agora 17 golos e só é superado na Bundesliga e no ranking europeu por por Lewandovsk­i . Avançado do Eintracht Frankfurt explica o bom momento ao DN.

- TEXTO ISAURA ALMEIDA Veja jogos e classifica­ção dn.pt/dntv

Éo melhor André Silva de sempre, e só ainda vamos a meio da época. O avançado português do Eintracht Frankfurt marcou um golo ao Hoffenheim no domingo (vitória, por 3-1) e superou o seu melhor registo em matéria de golos (16, pelo FC Porto em 2016-17) num campeonato. Tem agora 17 na Bundesliga, sendo apenas superado pelos 24 de Lewandovsk­i (Bayern Munique). Tem ainda um golo na Taça da Alemanha e está a três do máximo numa época (21).

Qual o segredo? “Não há nenhum segredo. Sempre que estive em boas condições, físicas e psíquicas, e sempre que fui uma aposta mais frequente dos treinadore­s, isso refletiu-se em resultados práticos, como o golo. Creio que, em relação ao passado, a consistênc­ia e a regularida­de serão as grandes diferenças. A maturidade de hoje também é diferente, quer a nível profission­al quer pessoal”, respondeu André Silva ao DN.

O goleador de Baguim do Monte (Porto) tenta “não colocar mínimos nem máximos” na contagem dos golos: “A ideia é ir jogo a jogo e não me focar em demasia em coisas que não controlo. O futebol não é um desporto individual, mas sim coletivo. Eu e os meus companheir­os trabalhamo­s em prol e em função da equipa. Procuro fazer o melhor possível. Nesse contexto, se os golos aparecerem melhor ainda.”

Na tabela da Bota de Ouro, que coroa o melhor marcador dos campeonato­s europeus, também está a dar luta ao atual melhor jogador do mundo, Lewandovsk­i. Está em segundo lugar, à frente de Ronaldo (ver lista). André confessa que “a Bota de Ouro é um desejo e um objetivo”, embora ressalve que o campeonato ainda vai a meio e “há muito caminho a percorrer”.

O avançado de 25 anos seria o quarto português a conquistar o troféu, depois de Eusébio, Fernando Gomes e CR7, e não esconde que seria “uma enorme satisfação” consegui-lo pelo Eintracht. “Acho que seria a primeira vez para ambos [sorrisos]. Estamos num bom momento e agradeço à equipa o trabalho excecional que se reflete nos meus golos, mas temos de ter a consciênci­a de que há jogadores de topo e que raramente falham, como o Lewandowsk­i ou o Cristiano Ronaldo. É difícil, eu sei, mas é um sonho.”

O camisola 33 tem sido o líder da excelente campanha da equipa de Adi Hutter, que ocupa o quarto lugar no campeonato alemão à 20.ª jornada. A avaliar pelos golos, a Bundesliga foi feita para André Silva. Que diferenças encontra para Itália (Milan), Espanha (Sevilha) e Portugal (FC Porto)? “Não é a Bundesliga que é feita para mim, é o futebol que é feito para mim, porque é uma linguagem universal. O futebol é a minha vida e sinto-me muito feliz e muito realizado. É verdade que todas as ligas são diferentes, não só em relação a táticas como a mentalidad­es e posicionam­entos em campo, mas o futebol é igual para todos. Passar por outras ligas fez-me crescer porque acabou por ser uma fase de aprendizag­em. A diferença depois dessa evolução é a minha regularida­de e consistênc­ia, de jogos e de golos”, explicou o internacio­nal português.

Mudar de país e de clube por três vezes em três anos criou-lhe “dificuldad­es”. Afinal ele está a trilhar um caminho só dele e sem lanterna: “Nunca tive propriamen­te alguém a meu lado que já tivesse passado pelo mesmo que eu. Sou a única pessoa da minha família a singrar no futebol, e por isso enfrentar alguns obstáculos pela primeira vez, sem ajuda, torna-os mais complicado­s. Embora, por outro lado, me tenha feito crescer mais e evoluir, ajudando-me a conseguir atingir a consistênc­ia atual.”

André sabe que um avançado vive de golos, mas olha para o golo como uma arma do coletivo, já que “o objetivo é que a equipa ganhe”, e quando isso acontece todos saem valorizado­s. “Marcar golos desperta em mim uma enorme felicidade e enorme realização, por estar a fazer o meu trabalho bem feito. Lutar por algo e conseguir concretiza­r faz-nos sentir realizados. É sempre bom acordar no dia a seguir e sentir que tudo está no bom caminho e que o trabalho e a energia que depositamo­s estão a dar frutos. É uma sensação muito boa. Marcar golos é o que melhor sei fazer”, desabafa o ex-dragão, “empenhado em prolongar ao máximo” este momento de realização pessoal e contribuir para o sucesso do Eintracht e, consequent­emente, para o seu próprio sucesso.

E esse pode ser o segredo para mais uma transferên­cia milionária. O avançado foi vendido pelo FC

Porto ao Milan, em 2017, por 38 milhões de euros, mas não se deu bem com o calcio e foi emprestado ao Sevilha e depois ao E. Frankfurt, que o trocou por Rebic a título definitivo. Agora o clube alemão tenta resistir às ofertas. Em janeiro, o Atl. Madrid tentou a contrataçã­o, mas as águias de Frankfurt pediram 30 milhões para início de conversa e o negócio não se fez. Mas adivinha-se nova paragem para o goleador português no verão.

”Marcar golos é o que melhor sei fazer”, confessa ao DN o avançado de 25 anos que brilha no Eintracht Frankfurt e já é apontado ao Atlético Madrid.

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 ??  ?? André Silva em ação num jogo da Bundesliga, com o Borussia Monchengla­dbach, um de muitos em que marcou dois golos.
André Silva em ação num jogo da Bundesliga, com o Borussia Monchengla­dbach, um de muitos em que marcou dois golos.

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