Luís Newton
PÁGS.
Desafios autárquicos na pandemia
Num ano em quem tudo o que tínhamos como certo implodiu, também os autarcas foram postos à prova. Desde os desafios de reestruturação de serviços para dar resposta às novas necessidades, até à total reformulação do modelo de gestão autárquico, descontinuando os tradicionais projetos dirigidos para as “massas” e reformulando mecanismos de apoio individualizado e (em alguns casos) totalmente especializado.
Olhando em retrospetiva, quase um ano passado desde o início desta pandemia, daquele choque inicial, do medo e do desconhecimento, muito foi feito por quase todas as autarquias, no apoio e auxílio das suas comunidades.
Na Estrela, desde março de 2020 que as equipas da Junta de Freguesia têm sido inexcedíveis. Homens e mulheres que arregaçaram as mangas desde a primeira hora, entre anseios e receios, dos próprios ou das famílias, mas sempre determinados em ir ao encontro das necessidades da comunidade que servimos e na procura de novas soluções para novos desafios.
Enquanto muitos hesitavam sobre o rumo a seguir, nós já estávamos a desinfetar ruas e instituições do nosso território. Não parámos obras e a Higiene Urbana reforçou a recolha de resíduos e limpeza dos espaços públicos. Criámos redes solidárias para auxiliar idosos, famílias carenciadas, dar a mão a quem se viu sem emprego e sem meios de subsistência.
Participámos no esforço de vacinação contra a gripe sazonal envolvendo farmácias da freguesia, distribuímos máscaras ao domicílio, fizemos parcerias com entidades de saúde para que aos mais frágeis não faltasse nunca o apoio necessário, fizemos compras de supermercado, de farmácia, levámos refeições aos jovens que dela beneficiavam na escola antes de esta fechar e aos avós da freguesia que se viram isolados.
Testámos regularmente os funcionários da Junta de Freguesia de Estrela, para garantir a sua segurança e a de todos a que acorríamos e suportámos a testagem às entidades que pediram auxílio.
Implementámos soluções para os comerciantes e empresários da nossa comunidade, identificando necessidades e oferecendo à população vouchers para compras e refeições, num esforço para que o motor da economia local não parasse por completo.
Não hesitámos em setembro, ao perceber que as crianças da Escola Básica n.º 72 não tinham instalações que lhes permitissem regressar às aulas, e lançámo-nos na aventura de, em 15 dias, criar uma escola nas instalações da junta. Diziam que éramos loucos, que nunca o conseguiríamos. Conseguimos. Em 12 dias.
Hoje dispõem de instalações completamente equipadas com soluções para o ensino à distância.
Neste momento, depois de comprarmos computadores para as crianças que não os tinham, investimos também na compra de mais de 600 licenças de Office, aliviando esse encargo às famílias.
E porque a pandemia também se combate educando os mais novos, estamos a distribuir na freguesia mil kits de jogos científicos, às crianças com idades entre os 6 e os 12 anos, numa parceria com a Science4you, que lhes permitirá divertirem-se com experiências que vão desde o fabrico de sabonetes desinfetantes à criação e personalização de máscaras e viseiras de proteção.
Estamos a fazer isto na Estrela, mas eu tenho a certeza de que na grande maioria das autarquias as respostas dos autarcas têm demonstrado a importância das freguesias como primeira linha de apoio às comunidades.
Contem connosco.
As respostas dos autarcas têm demonstrado a importância das freguesias como primeira linha de apoio às comunidades.