Diário de Notícias

Acusado de sequestrar duas vezes nega e culpa pai da vítima

Julgamento de agressor começou na Feira.

- TEXTO SALOMÃO RODRIGUES salomao.rodrigues@ext.jn.pt

Um homem de 49 anos, acusado de ter sequestrad­o e agredido uma mulher, um mês após ter saído da cadeia em liberdade condiciona­l, por causa de uma condenação pelo mesmo crime e sobre a mesma mulher, negou tudo e culpou o pai da vítima. Na primeira sessão do julgamento, ontem, no Tribunal da Feira, a vítima descreveu o “tormento” que diz ter passado com o arguido, que é natural de Vale de Cambra e está atualmente preso. “Deu-me porrada todos os dias de manhã à noite”, recordou.

Ele, por vídeoconfe­rência, contou que tiveram um relacionam­ento consensual e que até viveram juntos. “O pai dela é que a obrigou a fazer queixa, porque não queria que ela andasse comigo e ameaçou que lhe tirava o filho”, justificou o arguido, culpando-o também pelas agressões. “Nunca a obriguei a nada. Ela saía todos os dias de manhã e pegava no meu carro para ir ter com a mãe ou com a irmã e eu ficava na cama”, disse ainda.

Rejeição e violência

A mulher pediu para o arguido não ouvir o seu depoimento e desmentiu-o. “Nunca morei com ele, a não ser nas alturas em que me raptava e obrigava”, garantiu, explicando que se conheceram porque eram consumidor­es de drogas.

Segundo a a acusação, depois de sair em liberdade, em maio de 2016, o homem voltou a contactar a vítima. Foram várias vezes ao Porto comprar droga. A violência começou quando ela recusou uma relação amorosa. Passou a bater-lhe, a ameaçá-la de morte, e a sequestrá-la, obrigando-a a pernoitar no carro e na casa de familiares seus. A situação durou até o caso ser comunicado às autoridade­s. Na próxima audiência serão ouvidas testemunha­s.

“Deu-me porrada todos os dias de manhã à noite”, afirmou a vítima, na primeira sessão do julgamento, no Tribunal da Feira.

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