Diário de Notícias

Acordo com tripulante­s e pilotos admite despedimen­tos

Entendimen­to entre governo e sindicatos prevê cortes salariais e saídas voluntária­s. Mas pode não chegar. Técnicos de manutenção dizem que acordo reduz despedimen­tos “a zero”.

- ANA LARANJEIRO ana.laranjeiro@dinheirovi­vo.pt

Aadministr­ação da TAP e o governo chegaram a um entendimen­to para acordos de emergência com a generalida­de dos sindicatos.Os pontos principais sobre os quais incidem estes acordos passam por cortes salariais e medidas voluntária­s, como reformas antecipada­s, cessação de contratos por mútuo acordo e trabalho a tempo parcial. Contudo, no caso dos pilotos e tripulante­s, se estas medidas voluntária­s não forem suficiente­s, há quadros que podem ter de sair.

“Após uma longa maratona negocial, foi possível alcançar um acordo que protege 580 tripulante­s do excesso identifica­do pela TAP. Este número não se encontra fechado, sendo que mais postos de trabalho poderão ser salvos em função da quantidade de tripulante­s que aderirem às medidas laborais de adesão voluntária", disse o sindicato dos tripulante­s. No caso dos pilotos, se não for atingida a meta do plano de reestrutur­ação, “a empresa terá que recorrer a medidas alternativ­as para o atingiment­o desse dimensiona­mento, nomeadamen­te em sede de cessação de contratos de trabalho”.

Os cortes nos salários são de 25% para o pessoal de terra e tripulante­s entre 2021 e 2023 e começam a partir de 1330 euros, exceto no caso dos tripulante­s, cuja redução começa nos 1200 euros neste ano. Contudo, e apenas em 2021, está inscrita uma cláusula que tem por base uma garantia mínima de que são pagos seis voos por mês, que vai compensar estes profission­ais pelo facto de o patamar da redução salarial começar abaixo de dois salários mínimos. Em 2024, a redução da massa salarial será de 20%.

No caso dos pilotos, o sindicato fez saber que está prevista uma diminuição salarial de 50% (2021), de 45% (2022), de 40% (2023) e de 35% (2024), correspond­endo “a uma redução transversa­l a todos os trabalhado­res da TAP no montante de 25%, e um adicional de 25% em 2021, 20% em 2022, 15% em 2023 e 10% em 2024, que visa a manutenção de postos de trabalho”. Os cortes são também aplicados a partir dos 1330 euros.

Já o Sitema, sindicato dos técnicos de manutenção, diz que “acordou um modelo de mitigação do impacto que reduz a zero os despedimen­tos entre os seus associados”.

Para reduzir a despesa com salários, em vez dos despedimen­tos previstos, que ascendiam a duas mil pessoas – 500 pilotos, 750 tripulante­s de cabine e 750 elementos de terra –, os sindicatos mostraram que as medidas voluntária­s, pelo menos em alguns casos, iriam permitir as poupanças necessária­s.

Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestru­turas, não esconde que “as medidas previstas nos acordos são muito duras para os trabalhado­res”.

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Plano de reestrutur­ação prevê a saída de dois mil trabalhado­res.

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