“Claro que a situação da Arábia Saudita está intimamente ligada ao que se passa nos Estados Unidos”, disse a irmã de Loujain, Alia, que agradeceu a Joe Biden.
com uma pena suspensa de dois anos e dez meses, “na condição de não cometer um novo crime no prazo de três anos”. Somado o período já cumprido na prisão, era esperado que fosse libertada até março. “A prisão injusta terminou, mas ela ainda não está livre”, lembrou Adam Coogle, diretor -adjunto para o Médio Oriente da Human Rights Watch. “Com al-Hathloul proibida de viajar e ameaçada com mais tempo de prisão se não permanecer em silêncio, a sua provação continua a ser um flagrante aborto da justiça”, sentenciou.
Em entrevista à Time no ano passado, a irmã Lina disse que as autoridades sauditas tinham oferecido a libertação de Loujain em troca de negar publicamente que tinha sido sujeita a tortura, ao que a ativista, que também luta pelo fim do sistema que impõe um “guardião” a cada mulher, terá recusado. Na prisão, alegou Lina, a irmã foi sujeita a choques elétricos, waterboarding (simulação de afogamento) e abusos sexuais.
“Ela tinha sido uma importante ativista dos direitos da mulher e libertá-la foi a coisa certa a fazer”, disse Joe Biden sobre Loujain al-Hathloul. O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, reforçou a mensagem: “Promover e defender os direitos da mulher e outros direitos humanos nunca deve ser criminalizado.” O caso da ativista de 31 anos, como tantos outros na Arábia Saudita, tinha sido alvo de campanhas de organizações como a Amnistia Internacional ou a Human Rights Watch, bem como de outros países como o Canadá, mas os quatro anos de Donald Trump na presidência equivaleram a um cheque em branco ao príncipe herdeiro e ditador de facto Mohammed Bin Salman (MBS).
O príncipe, que desde 2017 tem tomado as rédeas do poder com anúncios de modernização da Arábia Saudita, mas na prática com com tímidas mudanças, deixou claro que as únicas reformas permitidas eram as da sua autoria. Não deu espaço a qualquer oposição, como foi visto com o aprisionamento de luxo num hotel de familiares e outros homens da elite, ou com o caso do assassínio e desmembramento de Jamal Khashoggi no consulado de Istambul, perante a impassividade de Donald Trump e da comunidade internacional.
“Claro que a situação da Arábia Saudita está intimamente ligada ao que se passa nos Estados Unidos”, disse a irmã de al-Hathloul, Alia, radicada em Bruxelas como a outra irmã, Lina. Nas redes sociais, ambas mostraram fotografias de uma sorridente mas fragilizada e envelhecida Loujain. Aos jornalistas, Alia disse que a chegada de Biden à presidência tinha “contribuído