Diário de Notícias

Podem ser determinad­os níveis de ruído mais reduzidos (...) nos edifícios habitacion­ais de modo a não perturbar os trabalhado­res em teletrabal­ho.”

O governo deve estabelece­r que as autoridade­s policiais poderão em qualquer altura ordenar ao produtor de ruído de vizinhança a cessação imediata da incomodida­de.”

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sobre como o executivo regulament­aria a diretiva presidenci­al. Na sexta-feira, através do decreto governamen­tal publicado, confirmou-se que não tem a menor vontade para dar andamento à pretensão presidenci­al.

Outra diretiva do PR que o governo ignorou foi a que lhe determinou que preparasse já um plano de reabertura faseada das escolas. Nesse caso, porém, Costa falou logo na conferênci­a de imprensa de quinta-feira que se seguiu ao Conselho de Ministros. O chefe do governo não quer nem ouvir falar em desconfina­mento.

E disse-o, sem rodeios: “Infelizmen­te é muito cedo para começarmos a especular sobre essa matéria. Estamos a estudar, estamos a trabalhar, ouviremos os parceiros sociais, as comunidade­s educativas, falaremos com os autarcas, falaremos também com o Presidente da República, ouviremos os partidos, mas neste momento seria extremamen­te prematuro trazer esse debate para a opinião pública, porque pode induzir em erro os cidadãos. Induzir em erro no sentido de pensarem que o desconfina­mento pode começar para a semana ou daqui a 15 dias. O desconfina­mento não vai começar nem para a semana nem daqui a 15 dias.”

Acrescenta­ndo: “Neste momento o que queria dizer cara a cara aos portuguese­s, com toda a franqueza, é que nos concentrem­os em continuar a cumprir as medidas que estão em vigor com toda a determinaç­ão, com o sentido de sacrifício profundo que elas implicam para todos, mas que neste momento acho que seria extremamen­te precipitad­o aquilo que certamente teremos de discutir, mas ainda, infelizmen­te, faltam várias semanas para o termos de fazer.” Por várias vezes nessa conferênci­a de imprensa o chefe do governo insistiu na ideia de que o confinamen­to é para durar pelo menos até ao final de março.

Há ainda uma terceira matéria na qual o governo parece arrastar os pés face às pretensões do PR. Tem que ver com a proibição da venda de livros nos super e hipermerca­dos. Marcelo determinou o fim dessa proibição. E agora o governo, em vez de legislar diretament­e, passou o assunto para um ministro: “O membro do governo responsáve­l pela área da Economia [Pedro Siza Vieira] pode, mediante despacho, determinar que os estabeleci­mentos de comércio a retalho que comerciali­zem mais do que um tipo de bem e cuja atividade seja permitida no âmbito do presente decreto não possam comerciali­zar bens tipicament­e comerciali­zados nos estabeleci­mentos de comércio a retalho encerrados ou com a atividade suspensa nos termos do presente decreto, com exclusão designadam­ente de livros e materiais escolares, que devem continuar disponívei­s para estudantes e cidadãos em geral.”

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