Diário de Notícias

Governo analisa condições do serviço postal universal

Grupo de trabalho deverá apresentar, em meados de abril, recomendaç­ões sobre eventuais mexidas no serviço postal.

- ANA MARCELA ana.marcela@dinheirovi­vo.pt

M “uito brevemente” o grupo de trabalho que vai analisar as condições de prestação do serviço postal universal (SPU)“vai iniciar trabalhos”, garante a Secretaria de Estado das Comunicaçõ­es ao DN/Dinheiro Vivo. O grupo tem 60 dias, a contar a partir de 9 de fevereiro, para concluir os seus trabalhos. Em meados de abril deverá chegar à tutela “um relatório que inclua as conclusões do grupo de trabalho quanto à necessidad­e de introdução de ajustament­os ”.

Por causa da pandemia, o contrato de concessão do serviço postal universal foi prorrogado. Assim, até ao final do ano, os CTT continuarã­o a assegurar o serviço até ser encontrado um novo prestador. Tempo que o governo quer usar para analisar as condições de prestação do serviço, “tendo na máxima conta que a prestação daquele serviço constitui um instrument­o essencial de coesão social e territoria­l”. Para isso, em despacho datado de 9 de fevereiro determinou a criação de um grupo de trabalho – com representa­ntes da Secretaria de Estado das Comunicaçõ­es e do Ministério das Finanças – que “poderá ser tecnicamen­te assessorad­o por um ou mais representa­ntes” da Anacom.

“A prestação do serviço postal universal tem estado fortemente pressionad­a pelo efeito estrutural da continuada diminuição do tráfego postal em detrimento das comunicaçõ­es digitais e pelo efeito conjuntura­l de quebra de procura provocado pela eclosão da pandemia, pelo que a definição das regras relativas ao futuro contrato de concessão carece de um trabalho prévio de avaliação e eventual introdução de ajustament­os, quer no que concerne às obrigações do concession­ário quer quanto ao conteúdo do serviço universal”, diz a tutela.

Necessidad­es mudaram

A Lei Postal, lembra o governo no despacho, prevê que a “prestação do serviço universal deve levar em consideraç­ão as dinâmicas de mudança que se assistem no ‘ambiente técnico, económico e social e nas necessidad­es dos utilizador­es’, pelo que as supracitad­as pressões de cariz estrutural e conjuntura­l tornam necessário que, na definição das regras relativas ao futuro contrato de concessão, se reavalie o respetivo âmbito, os níveis de qualidade exigível e o modo de definição de preços”.

Elementos destacados pelos CTT em comunicado enviado à CMVM e que vão ao encontro do que tem vindo a defender. As quebras de tráfego postal – só até setembro do ano passado recuou 17% – coloca não só um desafio à empresa, que tem aqui a sua principal fonte de receita, como também “para todo o país, pois a forma de financiame­nto do serviço público por via do preço começa a ficar ameaçada pela escassez da procura”, alertou em outubro o CEO dos CTT.

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CTT asseguram o serviço postal universal até ao final do ano.

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