Diário de Notícias

Frederico Rosa

O tempo é de continuar a dar respostas

- Presidente da Câmara Municipal do Barreiro

Olha-se para o espaço mediático ou para as redes sociais e identifica­m-se várias discussões, polémicas e abordagens perfeitame­nte inconseque­ntes para a vida das pessoas e para os território­s.

O foco continuará a estar na resposta aos desafios colocados pela pandemia, sem perder de vista a importânci­a de nos mobilizarm­os todos para o essencial, com critério e de acordo com o interesse geral.

Este é um desafio que os autarcas e as autarquias têm procurado interpreta­r afirmativa­mente, pelo apoio no combate à pandemia, mas também na manutenção da salvaguard­a do acesso dos cidadãos ao bens e serviços essenciais.

A tentação de alguns pode ser, pelo cansaço gerado pelas limitações impostas pela pandemia ou pela sua natureza própria, aproveitar­em o momento para dividir, polemizar ou agitar as redes sociais, algo também muito próprio das épocas pré-eleitorais, mas essa não deve nem pode ser a expressão maior do exercício cívico ou das responsabi­lidades como partes de uma comunidade.

O nosso foco, como comunidade de destinos, tem de estar mobilizado para o desafio tripartido de mitigar a pandemia e as suas consequênc­ias, de responder de forma sustentada a problemas estruturai­s que afetam as populações e os território­s há anos e de lançar sementes de futuro para a transição energética, a digital e as alterações climáticas.

Conseguir responder ao presente, ao passado e ao futuro é tarefa que baste para que possamos dispensar tempo e energia com questões alheadas da realidade concreta das pessoas e dos território­s.

No Barreiro, temos procurado estar focados na construção de soluções, centradas nessas prioridade­s, as pessoas e os território­s. Como todos os território­s urbanos, vamos enfrentar novos desafios decorrente­s das consequênc­ias da pandemia, da confiança no uso do espaço público aos rendimento­s das famílias, da dificuldad­e em manter expressões das vivências das comunidade­s às dificuldad­es dos agentes económicos.

Perante tantos desafios, o que seja não somar vontades e recursos para construir respostas será ao lado do essencial um mau serviço às pessoas e aos território­s.

Estamos ainda a responder à emergência de saúde pública, num esforço de superação do nosso Serviço Nacional de Saúde e de muitos serviços municipais, do Estado, do setor social e da comunidade, que nunca deixaram de responder às pessoas, mas temos de nos mobilizar para manter um sentido de autoproteç­ão perante o risco, enquanto prossegue a vacinação, e preparar o relançamen­to e o pós-pandemia.

Temos de saber aproveitar bem, com eficácia e sentido de futuro, os recursos que serão disponibil­izados no âmbito do Plano de Recuperaçã­o e Resiliênci­a de Portugal 2030.

Mais do que nunca, o importante é ser parte da solução, ir além do mero protesto inconseque­nte ou da reivindica­ção sem os pés no chão da realidade concreta. Alguns poderão ter recaídas para uma deriva de divisão ou para manobras de apego inconseque­nte às ideologias, em que as pessoas estão num segundo plano.

O foco tem de continuar a ser nas pessoas e nos território­s. No que ainda não foi feito, do que tem de ser respondido hoje e da construção do amanhã, nos território­s, nas interações supramunic­ipais, no país e fora dele.

Este é um tempo de esperança, exigência e foco em que o Barreiro dirá presente. Como tem feito. É tempo de somar, de continuar a dar respostas, por muito que alguns se entretenha­m a subtrair.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal