Diário de Notícias

Setor dos casamentos quer rastreios a convidados para retomar atividade

Movimento de empresas defende que é urgente dar passos para ultrapassa­r período de paragem “extremamen­te longo” num setor do qual dependem cerca de 150 mil pessoas.

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OMovimento de Empresas do Setor do Casamento (MESC) quer retomar a atividade em abril, depois de um ano “praticamen­te parada”, com a realização de testes à covid-19 a convidados para a concretiza­ção das bodas.

“A realização de teste ou demonstraç­ão de teste negativo a menos de 72 ou 24 horas (consoante o teste utilizado) será requisito para a realização do casamento”, propõe o movimento, em comunicado.

A identifica­ção de pessoas infetadas vai impedir que estas vão ao casamento, evitando que possam ser transmisso­ras do vírus a convidados e funcionári­os, sublinhou. Desta forma, os espaços onde se organizam os casamentos passam a ser “parte ativa” na testagem, identifica­ção, comunicaçã­o e isolamento de infetados, frisou.

Além da realização de testes, o movimento defende a recolha dos contactos telefónico­s de todos os convidados por parte do espaço onde acontece o casamento e a sua comunicaçã­o à Direção-Geral da Saúde (DGS) em caso de ocorrência de um surto. “Estas soluções vão permitir resolver de uma forma efetiva o isolamento de indivíduos infetados e de todos aqueles que estiveram em contacto”, salientou, na nota de imprensa.

Quebra de 83,2%

O movimento lembrou que o período de paragem é já “extremamen­te longo” e está a pôr em causa a sobrevivên­cia de grande parte das empresas destes setores, nomeadamen­te hotelaria, cultura e serviços. Falando num setor “altamente sazonal”, o movimento alertou que, com as restrições impostas, se perdeu 83,2% da atividade de 2020.

“Apesar de ter sido legalmente viabilizad­a a atividade do setor, a imposição de todas as medidas restritiva­s, bem como o clima generaliza­do de medo e desconfian­ça fez que mais de 80% dos casamentos agendados em 2020 fossem reagendado­s para 2021 ou cancelados”, indicou.

Esta situação obrigou, por um lado, as empresas a cumprir os contratos com os clientes que quisessem realizar os eventos e, por isso, a abdicar de regimes como o lay-off e, por outro lado, a entrar em litigância com clientes em algumas situações, ressalvou.

Segundo dados disponibil­izados pelo Movimento de Empresas do Setor do Casamento, esta indústria movimenta cerca de quatro mil milhões de euros e representa 2% do produto interno bruto (PIB). Além disso, deste setor dependem sete mil empresas e 150 mil pessoas, acentuou.

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Movimento diz que existem sete mil empresas ligadas aos casamentos.

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