Autocarros turísticos que reforçaram rota de comboios e metro podem voltar depois da Páscoa
Áreas metropolitanas de Lisboa e Porto pretendiam evitar que comboios e metro circulassem com mais de dois terços da lotação. Teletrabalho ditou baixa procura.
No regresso às aulas, em setembro, sucederam-se as imagens de comboios e metros a abarrotar, em plena pandemia. Nas horas de ponta de manhã e tarde, os transportes circulavam no limite dos dois terços da lotação. Não sendo possível reforçar a oferta ferroviária em Lisboa e no Porto, as áreas metropolitanas apenas podiam responder à procura com mais autocarros turísticos, mesmo que a viagem demorasse mais tempo.
A medida, contudo, chegou tarde, apontam duas associações que representam as transportadoras na capital. Com baixa procura, na Invicta, os pesados nem saíram da garagem.
O reforço da oferta termina no fim do mês mas poderá haver nova ronda no início de abril.
“Nestes meses que vivemos, entre novembro e final de fevereiro, houve muito menos mobilidade.
A medida surgiu no período em que foi menos necessária”, admite ao DN/Dinheiro Vivo o presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP), Luís Cabaço Martins. “Faltou um mecanismo que canalizasse as pessoas para o transporte alternativo”, lamenta o líder da Associação Rodoviária de Pesados (ARP), José Luís Carreira.
O coronavírus provocou uma forte quebra no turismo e encostou centenas de autocarros turísticos no último ano. Sem trabalho, os motoristas ficaram em lay-off e nem o verão aliviou perdas, sobretudo dada a quebra de turistas britânicos. Perante os relatos de transportes cheios e para estes motoristas poderem voltar a ter trabalho, as associações sugeriram ao governo que fossem contratados autocarros de turismo. Desta forma, haveria trabalho e os passageiros já não viajavam em cima uns dos outros. O