Diário de Notícias

A LVMH acredita que Jay-Z criou um novo consumidor de champanhe e a compra da marca visa “injetar mais conhecimen­to sobre o mercado de amanhã”.

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sição de 50% da Armand de Brignac pela Moët Hennessy assim como num acordo de distribuiç­ão mundial. “A estrutura de 50%-50% é um elemento essencial nesta aliança e garante que cada dos parceiros quer trazer as suas mais-valias e conhecimen­to para assegurar o sucesso desta aliança de longa duração”, consideram.

O negócio, palavra nunca usada no comunicado partilhado pelas marcas (apesar de não deixar de o ser), começou a ser forjado em 2019 num almoço oferecido por Shawn Carter a Alexandre Arnault e o pai, Bernard Arnault, fundador e CEO da LVMH, contaram os protagonis­tas, à distância, ao The NewYork Times ( Jay-Z na sua casa de Los Angeles, Philippe Schaus, em Paris, no quartel-general da LVMH).

Por esta altura, o império de luxo da LVMH estende-se por roupas e acessórios, joias e relógios e, claro, bebidas como o clássico Moët et Chandon e outros 22 produtores, do Dom Pérignon ao Ruinart ou Krug passando por vinhos argentinos e o conhaque Hennessy, que vem do século XVIII.

Quem fica com o quê no negócio? 50% é o apoio organizaci­onal e de distribuiç­ão que, como diz o CEO da Moët Hennesy, só a “máquina” de um grupo presente em todo o planeta pode dar. Os outros 50% são o apelo que a marca Jay-Z pode dar num negócio que precisa desse encontro com a sabedoria da moda que o rapper, milionário e líder da comunidade negra pode dar, num tempo que, como reflete o The New York Times, o racismo no negócio do luxo está sob particular escrutínio. “No nosso entendimen­to do mundo de amanhã, acreditamo­s que criou um novo consumidor de champanhe”, disse Schauss sobre Jay-Z, citado pelo jornal norte-americano. “Esta relação vai injetar mais conhecimen­to sobre o mercado de amanhã”, acrescenta.

O músico e milionário investiu 200 milhões de dólares na Armand de Brignac em 2014 na ressaca da controvérs­ia com o champanhe Cristal, que tinha grande protagonis­mo entre várias estrelas do hip hop, incluindo Jay-Z. O CEO da marca disse que não podiam proibir as pessoas de comprar a sua marca, mas que Dom Pérignon ou Krug podiam ficar com o negócio. Shawn Carter apelou ao boicote e tratou de arranjar o seu próprio champanhe. Redesenhou as garrafas, batizou-se de “Ás de Espadas” e trouxe-o para os seus vídeos. Em 2019, venderam 500 mil garrafas da bebida. Agora, diz Jay-Z, sempre quiseram “fazer crescer a marca”. “Aconteceu muito naturalmen­te”, disse sobre este acordo com a LVMH cujo valor não foi divulgado.

Este é o segundo negócio de aquisição de marcas em 2021. No início de janeiro, foi confirmada a aquisição da icónica Tiffany & Co por 15,8 mil milhões de dólares. Também neste caso, é Alexandre Arnault, um dos cinco filhos do fundador (e amigo de Jay-Z), que aparece no negócio. É vice-presidente da marca.

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