Diário de Notícias

Confinamen­to atira mais mulheres, jovens e lisboetas para o desemprego

Deputados querem saber a que se devem as dificuldad­es na obtenção de informação sobre o Orçamento.

-

OPSD pediu a audição parlamenta­r do Conselho das Finanças Públicas (CFP) para esclarecer a que se devem as “dificuldad­es no acesso à informação” sobre o Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) relatadas por esta entidade. “Isto é, se existem lacunas legais que devam ser supridas e/ou normas que devam ser clarificad­as através de iniciativa legislativ­a da Assembleia da República, para que estas dificuldad­es não se repitam; ou se, pelo contrário, a legislação existente é adequada e as dificuldad­es ficam a dever-se a insuficien­te colaboraçã­o por parte do Governo”, justifica o PSD, no requerimen­to assinado à cabeça pelo vice-presidente da bancada Afonso Oliveira.

No documento, divulgado ontem, os deputados do PSD invocam o relatório desta entidade, divulgado em meados de fevereiro, e no qual o CFP diz querer contribuir para “uma maior transparên­cia sobre as consequênc­ias das alterações introduzid­as em sede parlamenta­r à proposta de OE inicialmen­te apresentad­a pelo Governo”.

Segundo o CFP, num contexto de crise decorrente da pandemia de covid-19, torna-se ainda mais relevante “aferir bem e especifica­r o impacto das medidas aprovadas de combate à pandemia, não apenas sobre as rubricas de despesa nos mapas orçamentai­s respetivos (ou seja, em contabilid­ade pública), mas acima de tudo as suas consequênc­ias em termos agregados e de contas nacionais”.

“No entanto, de acordo com aquela entidade, não terá sido possível cumprir integralme­nte o objetivo do relatório, devido à ‘insuficiên­cia da informação que foi enviada pelo Ministério das Finanças, pese a sua atempada solicitaçã­o por parte do CFP e insistênci­as realizadas’”, apontam os deputados sociais-democratas, que salientam o facto de, segundo a mesma entidade, “todas estas dificuldad­es no acesso à informação (e na qualidade da informação prestada)” se terem agravado desde 2020.

No relatório divulgado em 10 de fevereiro, o Conselho das Finanças Públicas afirma que se viu impedido de calcular os impactos do Orçamento do Estado de 2021 em contabilid­ade nacional, na ótica dos compromiss­os.

No entender da instituiçã­o que escrutina as contas públicas nacionais, “a necessidad­e de se conhecer a versão final do documento aprovado na Assembleia da República, quantifica­r os seus impactos orçamentai­s e financeiro­s, justifica-se desde logo pelo amplo poder de emenda que assiste, nesta fase do ciclo orçamental, aos grupos parlamenta­res”.

O Conselho das Finanças Públicas alega que, “infelizmen­te, este objetivo aparece em grande medida frustrado pela insuficiên­cia da informação que foi enviada pelo Ministério das Finanças”. O organismo independen­te afirma tratar-se de “falhas no respeito pelo princípio da transparên­cia orçamental constante do artigo 19.º da Lei de Enquadrame­nto Orçamental e em especial no cumpriment­o de deveres de informação previstos nos artigos 73.º e 74.º da mesma Lei”.

Em resposta a estas críticas, o Ministério das Finanças afirmou que “nunca foi prática do Governo, deste ou qualquer outro, efetuar e publicar uma revisão da conta” das Administra­ções Públicas após “o processo orçamental na especialid­ade”.

 ??  ?? Parlamento quer explicaçõe­s sobre acesso à informação do OE 2021.
Parlamento quer explicaçõe­s sobre acesso à informação do OE 2021.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal