Pedida compensação
Quem trabalha em casa quer uma compensação pela subida das despesas. Os menos reivindicativos são eleitores da Iniciativa Liberal: 31% discordam e 12% dizem, até, que a despesa baixou.
Oteletrabalho é obrigatório, sempre que possível, mas são mais as pessoas que continuam a deslocar-se para o local de emprego do que as que trabalham a partir de casa. Quem está em teletrabalho conta que as despesas domésticas aumentaram, sendo certo que a maioria dos inquiridos entende que a entidade patronal os deve compensar e continuar a pagar subsídio de alimentação.
Na sondagem da Aximage, a maior fatia dos inquiridos (29%) são reformados, mas 27% estão empregados e continuam a deslocar-se para o local de trabalho. Esta é uma área com profundas diferenças regionais: em todo o país menos na Área Metropolitana de Lisboa, a percentagem de pessoas que saem de casa para trabalhar situa-se nos 30% ou 31%. Já em torno da capital, só 17% dos inquiridos se deslocam até ao emprego.
As posições invertem-se quando se olha para os 24% dos inquiridos que estão em teletrabalho: 31% vivem na Área Metropolitana de Lisboa, 25% na Área Metropolitana do Porto e no Centro, 18% no Sul e Ilhas e apenas 16% no Norte. Será talvez um reflexo do perfil económico das regiões, com o Norte mais focado na indústria e na agricultura, que não podem ser feitos a partir de casa.
Quanto ao perfil dos teletrabalhadores, a maioria tem entre 35 e 49 anos (36%) e pertencem às classes A e B (37%). À medida que se desce no escalão salarial, também baixa o número de pessoas a trabalhar a partir de casa; só 10% das pessoas de classe D o fazem. Por filiação política, destaca-se o peso dos apoiantes da Iniciativa Liberal: 48%. Os menos representados (18%) são sociais-democratas.
Pagar alimentação
A maioria das pessoas em teletrabalho têm mais despesas domésticas e três quartos dos inquiridos entendem que o empregador deve pagar uma compensação. A resposta tem mais peso entre quem vive nas duas áreas metropolitanas, as pessoas mais velhas e entre os homens. Quanto ao subsídio de alimentação, 84% dos inquiridos dizem que o empregador deve pagar, seja o valor total ou uma parte.
A sondagem da Aximage constatou ainda que metade das pessoas em teletrabalho tem filhos em idade escolar, ou seja, 12% dos inquiridos. Dessas pessoas, 22% dizem que a qualidade do trabalho diminuiu e 19% respondem “não sei para que lado me hei de virar”.