Líder quer reunir-se com deputados antes de eleição na bancada do CDS
Telmo Correia convocou eleições para a liderança do grupo parlamentar e vai ponderar se se recandidata. Relação dos deputados com Francisco Rodrigues dos Santos é tensa.
Olíder parlamentar do CDS, Telmo Correia, vai convocar eleições para a escolha de um novo presidente do grupo parlamenta e indica até à próxima semana se será recandidato, confirmou o próprio.
O presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, já pediu uma reunião com os deputados centristas ainda nesta semana, apurou o DN, o que tinha prometido na sequência do Conselho Nacional do partido, no início de fevereiro, em que foi aprovada uma moção de confiança à direção.
Francisco Rodrigues dos Santos procura agora ouvir os seus cinco deputados antes de avançarem com uma nova escolha da liderança parlamentar. Este encontro é tanto mais importante quanto se sabe que nenhum dos parlamentares do partido é alinhado com a direção do CDS.
Telmo Correia quer ponderar “até ao final da semana, início da próxima” e confirmará se será ou não candidato a um novo mandato, e quais as razões que sustentam a sua decisão.
O novo líder parlamentar será eleito no início do próximo mês, “num dia de plenário, pelo que dias 3 ou 11” de março, antecipou o deputado.
Telmo Correia disse também que a convocação de eleições “estava prevista” no seu entendimento, pelo facto de o mandato “ser anual”, uma vez que o regulamento parlamentar do CDS prevê um mandato por sessão legislativa.
O deputado foi eleito líder da bancada centrista em 18 de fevereiro do ano passado, por unanimidade, sucedendo a Cecília Meireles, que, depois do congresso que elegeu Francisco Rodrigues dos Santos como presidente do CDS, manifestou vontade de deixar o cargo que ocupava desde as legislativas de 2019.
A relação entre os cinco deputados e a atual direção do partido tem sido atribulada. E no último Conselho Nacional, para discussão de uma moção de confiança à liderança do partido (que foi aprovada), os deputados – Telmo Correia, Cecília Meireles, Ana Rita Bessa, João Almeida e João Gonçalves Pereira – defenderam a realização de um congresso antecipado.
Telmo em colisão
Mesmo antes do Conselho Nacional, que surgiu na sequência do desafio que Adolfo Mesquita Nunes fez para diretas no partido, em que assumiu que a acontecerem seria candidato, já a bancada parlamentar dava sinais de colidir com a linha de Francisco Rodrigues dos Santos.
Em meados de setembro, o líder centrista criticou o facto de António Costa ter apoiado Luís Filipe Vieira, defendendo que é um assunto relacionado “com a vida de todos” e que não deve ser normalizado. Isto num momento em que Telmo Correia já tinha feito o oposto e argumentado: “Isto não tem a ver com política, tem a ver com o Benfica.”
Também a anterior líder parlamentar, Cecília Meireles, tinha feito críticas duras à direção num Conselho Nacional em dezembro do ano passado. O que lhe valeu até a sugestão de abandonar o lugar na Assembleia da República para dar lugar ao próprio do presidente do partido, que ficou em segundo lugar no círculo eleitoral do Porto, onde o CDS só elegeu um deputado, no caso Cecília Meireles.
A relação entre os cinco deputados e a atual direção do partido tem sido atribulada.