Caso o regime sucedâneo avance para tripulantes e pilotos, cortes nos salários são de 25% a partir dos 900 euros. E serão despedidos 750 tripulantes e 500 pilotos.
“não lhe passa pela cabeça” que Bruxelas não aprove plano de reestruturação da TAP, mas admitiu que a luz verde possa só chegar depois do final de março.
Frisando que o plano de reestruturação permite salvar 7000 postos de trabalho (o grupo tinha quase 10 mil pessoas no final de 2019, sendo certo que no ano passado e neste ano houve cerca de 1500 contratos a prazo que não foram renovados e as medidas acordadas com os sindicatos vão levar à saída de cerca de 800 pessoas), Ramiro Sequeira assegurou que a companhia “aguarda” pelos sindicatos que ainda se vão pronunciar quanto aos acordos de emergência, mas alertou: “A TAP não pode continuar sem aplicar as reduções que estão previstas, quer nos fornecedores – essas estão a ser aplicadas – quer na massa salarial.”
O CEO notou ainda que a TAP não pode estar a realizar apenas 7% dos voos que tinha feito em fevereiro de 2020 e a suportar os custos como se estivesse a operar toda a sua capacidade. “Não vai acontecer. Daí a questão do regime sucedâneo, que não é uma ameaça. É um mecanismo para pudermos garantir em duas frentes – perante Bruxelas mas também perante a nossa realidade de sobrevivência – que conseguimos tomar as medidas necessárias para salvar a TAP. Isso é o regime sucedâneo. Não é uma ameaça, é uma alavanca que esperamos não ter” de usar.
Miguel Frasquilho também ouvido no Parlamento, assegurou que os cortes na massa salarial dos funcionários vão começar em março e que “a ajuda pública estimada, nesta altura, a conceder à TAP até 2024 terá um impacto positivo na economia que será duas ou três vezes superior até 2030”. Frasquilho assegurou que a dimensão da TAP, com 88 aviões de passageiros e três de carga, sem ser uma TAPzinha, vai permitir-lhe realizar voos intercontinentais, bem como manter e reforçar operações em cidades como Porto e Faro.