Diário de Notícias

82% querem ensino fechado mais duas semanas

Sondagem DN, JN e TSF Quatro em cada dez inquiridos apontam a Páscoa como data para o regresso às salas de aula. Mais de metade criticam rendimento escolar do ensino à distância.

- TEXTO ALEXANDRA FIGUEIRA

Arenovação do estado de emergência será aprovada amanhã, na Assembleia da República, e a larga maioria dos portuguese­s (82%) entende que deve manter as escolas fechadas até 15 de março. Uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF mostra que 42% dos inquiridos defendem as aulas presenciai­s só depois das férias da Páscoa, que começam a 26 de março. Apesar disso, os portuguese­s entendem que o ensino à distância fica aquém da qualidade do presencial: 54% asseguram que aprender pela internet e televisão será pouco ou nada rentável e 40% criticam a forma como o governo preparou a escola para aulas virtuais.

A má nota dada ao ensino remoto, todavia, não impede os portuguese­s de querer os portões das escolas trancados, sobretudo no Norte (84%) e no Sul e Ilhas (83%). Olhando às caracterís­ticas das pessoas que mais o defendem, encontram-se linhas bem marcadas quanto à idade e aos rendimento­s: o fecho é pedido sobretudo por mulheres (84%), idosos (88%) e pessoas com menor capacidade económica (classe D, 89%).

É um contraste forte com a opinião dos jovens (até aos 34 anos, o fecho “só” é pedido por 76% dos inquiridos) e das pessoas com mais rendimento­s (nas classes A e B, 78% defendem-no). Quanto à orientação política, destacam-se os eleitores da CDU: 96% dizem que as escolas devem continuar fechadas.

Reabrir só depois da Páscoa

Saber até quando as aulas devem ser virtuais é outra questão. Aqui, a opção que mais respostas recebe (42%) atira a reabertura para depois das férias da Páscoa. O regresso às salas de aula a 5 de abril é pedido sobretudo pelos eleitores da direita (59% do Chega e 53% do PSD) e por quem vive nas cidades médias ou no interior, já que tem menos apoio nas áreas metropolit­anas do Porto (38%) e Lisboa (40%) – não porque queiram um regresso mais cedo, mas porque são quem mais defende o ensino remoto até ao final do ano letivo. Na média nacional, 16% querem aulas online até ao verão.

O facto de a grande maioria dos inquiridos querer, pelo menos, mais duas semanas sem aulas presenciai­s, todavia, não significa que façam uma apreciação positiva das aulas online. Mais de metade dos inquiridos (54%) acreditam que o ensino remoto será pouco ou nada rentável.

Os mais pessimista­s vivem no Norte (62%) e na Área Metropolit­ana de Lisboa (57%) e têm 65 ou mais anos. Curiosamen­te, a análise por classe socioeconó­mica mostra que as respostas mais negativas são dadas pelos dois extremos: as famílias de maiores (A e B) e de menores rendimento­s (D). Por cor política, são os votantes à esquerda quem mais rejeitam o ensino à distância: CDU (73%) e BE (69%).

Apenas 24% dizem que as aulas pela internet são rentáveis ou muito rentáveis e vivem sobretudo no Centro, são mulheres, jovens, vivem com dificuldad­e económica (C2) e votam PS e PAN.

Quando à forma como o governo preparou o ensino remoto, 40% dizem que António Costa o fez mal ou muito mal. Só os lisboetas carregam menos no vermelho: só um terço é crítico. Já no Norte, 44% das pessoas chumbam o executivo – no no Sul e Ilhas são 43%. A pior avaliação é feita pelos homens, pelos mais velhos, pelas classes A e B e pelos votantes no Chega (60%) e na Iniciativa Liberal (59%).

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