Porsche Taycan 4S O futuro chegou depressa
A Porsche assinalou a entrada no segmento dos elétricos com o Taycan, que dá continuidade ao legado desportivo da marca.
Os entusiastas puristas da Porsche ficaram reticentes quando foi anunciada a aposta da marca nos elétricos – a perspetiva de um desportivo sem a sonoridade característica e com a agilidade afetada pelo peso da bateria eram duas preocupações. Se quanto à primeira a realidade do silêncio é incontornável, o Taycan encarrega-se de honrar os pergaminhos da marca no demais.
Na sua conceção, dedicou-se atenção redobrada à eficiência aerodinâmica, premissa sob a qual foi moldada a sua carroçaria de quase cinco metros (4963 mm). No caso do 4S, de tração integral com menor potência, o valor de arrasto é de 0.22 Cx, garantido pela combinação de elementos como as “cortinas de ar” no para-choques dianteiro (alinhadas com os faróis LED), a grelha variável ou o difusor traseiro, num visual futurista ao qual não se fica indiferente.
Há duas bagageiras (84 litros à frente e 407 atrás) e interior altamente tecnológico, com três ecrãs: ao da instrumentação, personalizável e com 16.8”, junta-se o ecrã tátil central de 10.9” para controlar o infoentretenimento e outro, mais abaixo, de 8.4” para a climatização. O espaço não é fantástico, mas quatro adultos viajam desafogados.
Desportivo à séria
A versão 4S recorre a dois motores elétricos que, no caso da unidade ensaiada, é agraciada com a opcional bateria Performance Plus (com custo de 5707 ) de 83.7 kWh “úteis”, a qual eleva a potência total para 360 kW (490 CV) em condições normais, chegando aos 420 kW (571 CV ) em função overboost. Elétrico desportivo, o Taycan 4S é intempestivo nas acelerações, pregando o “condutor” ao banco quando o acelerador é pressionado de forma vigorosa. Nos modos de condução Range ou Normal, oferece conforto e refinamento, nos modos Sport e (sobretudo) Sport+ transforma-se, impressionando não só pela aceleração pura (0 aos 100 km/h em 4,0 segundos), mas também pela entrega imediata do binário (650 Nm). Exige concentração máxima, porque ganha velocidade de forma mesmo muito rápida, respondendo os travões muito bem às solicitações (apesar dos 2200 kg). A suspensão adaptativa (que baixa até 22 mm a altura ao solo) permite exímio equilíbrio entre conforto e firmeza.
A autonomia “realista” ronda os 360 km, com a Porsche a apontar um valor entre 389 e 464 km (consumo médio de 21.9 kWh/100 km). Para carregar, é importante usar uma wallbox: a carga total a 11 kW leva oito horas. Já a 50 kW, carrega de 5% a 80% em 93 minutos. O preço base de 110 866 euros torna o 4S no segundo mais acessível da gama (só o Taycan de tração traseira é mais barato), mas esta versão assume-se como uma escolha racional, com prestações estonteantes e comportamento que dissipa qualquer dúvida quanto ao seu legado desportivo.
O Taycan mais acessível custa 87 127 euros, de tração atrás e motor singular de 408 CV (em overboost).