Diário de Notícias

Porsche Taycan 4S O futuro chegou depressa

A Porsche assinalou a entrada no segmento dos elétricos com o Taycan, que dá continuida­de ao legado desportivo da marca.

- TEXTO PEDRO JUNCEIRO Motor 24 pjunceiro@globalmedi­agroup.pt

Os entusiasta­s puristas da Porsche ficaram reticentes quando foi anunciada a aposta da marca nos elétricos – a perspetiva de um desportivo sem a sonoridade caracterís­tica e com a agilidade afetada pelo peso da bateria eram duas preocupaçõ­es. Se quanto à primeira a realidade do silêncio é incontorná­vel, o Taycan encarrega-se de honrar os pergaminho­s da marca no demais.

Na sua conceção, dedicou-se atenção redobrada à eficiência aerodinâmi­ca, premissa sob a qual foi moldada a sua carroçaria de quase cinco metros (4963 mm). No caso do 4S, de tração integral com menor potência, o valor de arrasto é de 0.22 Cx, garantido pela combinação de elementos como as “cortinas de ar” no para-choques dianteiro (alinhadas com os faróis LED), a grelha variável ou o difusor traseiro, num visual futurista ao qual não se fica indiferent­e.

Há duas bagageiras (84 litros à frente e 407 atrás) e interior altamente tecnológic­o, com três ecrãs: ao da instrument­ação, personaliz­ável e com 16.8”, junta-se o ecrã tátil central de 10.9” para controlar o infoentret­enimento e outro, mais abaixo, de 8.4” para a climatizaç­ão. O espaço não é fantástico, mas quatro adultos viajam desafogado­s.

Desportivo à séria

A versão 4S recorre a dois motores elétricos que, no caso da unidade ensaiada, é agraciada com a opcional bateria Performanc­e Plus (com custo de 5707 ) de 83.7 kWh “úteis”, a qual eleva a potência total para 360 kW (490 CV) em condições normais, chegando aos 420 kW (571 CV ) em função overboost. Elétrico desportivo, o Taycan 4S é intempesti­vo nas aceleraçõe­s, pregando o “condutor” ao banco quando o acelerador é pressionad­o de forma vigorosa. Nos modos de condução Range ou Normal, oferece conforto e refinament­o, nos modos Sport e (sobretudo) Sport+ transforma-se, impression­ando não só pela aceleração pura (0 aos 100 km/h em 4,0 segundos), mas também pela entrega imediata do binário (650 Nm). Exige concentraç­ão máxima, porque ganha velocidade de forma mesmo muito rápida, respondend­o os travões muito bem às solicitaçõ­es (apesar dos 2200 kg). A suspensão adaptativa (que baixa até 22 mm a altura ao solo) permite exímio equilíbrio entre conforto e firmeza.

A autonomia “realista” ronda os 360 km, com a Porsche a apontar um valor entre 389 e 464 km (consumo médio de 21.9 kWh/100 km). Para carregar, é importante usar uma wallbox: a carga total a 11 kW leva oito horas. Já a 50 kW, carrega de 5% a 80% em 93 minutos. O preço base de 110 866 euros torna o 4S no segundo mais acessível da gama (só o Taycan de tração traseira é mais barato), mas esta versão assume-se como uma escolha racional, com prestações estonteant­es e comportame­nto que dissipa qualquer dúvida quanto ao seu legado desportivo.

O Taycan mais acessível custa 87 127 euros, de tração atrás e motor singular de 408 CV (em overboost).

 ??  ?? Os entusiasta­s puristas da Porsche ficaram reticentes quando foi anunciada a aposta da marca nos elétricos.
Os entusiasta­s puristas da Porsche ficaram reticentes quando foi anunciada a aposta da marca nos elétricos.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal