Diário de Notícias

“Gostaria muito que os portuguese­s ficassem com a sensação de que os processos têm um fim visível em tempo devido. Mas não compete ao PR estar a concretiza­r aplicando ao processo A, B, C, D.”

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estava a terminar”. Quanto à substância da decisão – onde caíram todas as acusações de corrupção sobre José Sócrates –, o Presidente da República escusou-se a comentário­s: “Sabem que o Presidente da República nunca comenta decisões dos tribunais. Não comenta decisões definitiva­s dos tribunais, que são aquelas em que já não há sequer recurso, portanto transitada­s em julgado. Por maioria de razão não comenta um processo que está numa fase ainda muito distante desse momento final”, explicou.

Quem comentou foi, isso sim, o candidato do PSD à Câmara Municipal de Lisboa. “Um sistema que dá como comprovado que um ex-PM é corrupto, mas não o condena enquanto tal, é um sistema doente. Não podemos continuar assim. É a nossa democracia que está em causa”, escreveu Carlos Moedas nas redes sociais.

Ontem foram conhecidos mais detalhes da decisão proferida sexta-feira pelo juiz Ivo Rosa. O magistrado ordenou, por exemplo, o levantamen­to imediato do arresto de vários bens imóveis dos arguidos, designadam­ente três casas localizada­s em S. Martinho (Sintra), o Monte das Margaridas, em Montemor-o-Novo, adquirido pela ex-mulher de Sócrates Sofia Fava, um apartament­o de seis assoalhada­s na avenida President Wilson, em Paris, dois imóveis no Cacém e um apartament­o de luxo no edifício Heron Castilho, em Lisboa.

A decisão foi tomada porque não foi considerad­o provado que Sócrates tenha recebido subornos enquanto primeiro-ministro – e aqueles bens estavam arrestados por ligação a isso. O ex-PM chegou à decisão de sexta acusado de 31 crimes e saiu de lá pronunciad­o por seis (três de branqueame­nto e três de falsificaç­ão de documentos). Só cinco dos 28 acusados vão a julgamento. Dos 188 crimes iniciais sobraram 17.

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