Diário de Notícias

Há um novo museu de Arte Déco em Lisboa, que reúne a coleção Berardo

O museu é uma iniciativa da Associação de Coleções e reúne a coleção de Joe Berardo. As portas abrem-se a 24 de abril, em Alcântara.

- TEXTO FILIPE GIL

OBerardo Museu Arte Deco (B-MAD) apresenta um conjunto de objetos de Arte Nova e Arte Déco que é considerad­a, segundo os seus promotores, “uma das mais importante­s coleções do mundo no seu segmento”. O novo museu é uma iniciativa privada da Associação de Coleções, abrirá ao público a 24 de abril e está localizado em Alcântara (Rua 1.º de Maio), na agora reabilitad­ada antiga residência de veraneio do então marquês de Abrantes, mandada construir na primeira metade do século XVIII. Até final de maio as entradas são gratuitas.

O novo museu inaugura com uma exposição comissaria­da por Márcio Alves Roiter, fundador e presidente do Instituto Art Déco Brasil, no Rio de Janeiro, e por Emmanuel Bréon, especialis­ta em arte dos anos 20 e 30 e antigo diretor do Musée des Années 30, em Paris, segundo comunicado.

A exposição procura recriar “a ambiência de várias épocas inspiradas pelas artes decorativa­s, da última década do século XIX ao despoletar da Segunda Guerra Mundial”, e um dos grandes desafios consistiu na colocação dos objetos nas salas “respeitand­o o lado didático, mas não sendo obsessivo na sua elaboração”, explica o novo B-Mad. Na coleção estão reunidas obras de criadores da época, como Jacques-Émile Ruhlmann, Alfred Porteneuve, Jean-Michel Frank, Jacques Adnet, Leleu, Sornay, Dufrêne, Follot, Jallot, Majorelle, Kiss, Lalique, Brant, Puiforcat e Perzel, nas componente­s da arte decorativa – móveis, trabalhos em ferro, candeeiros, objetos de vidro, cerâmica, arte da mesa e pratas –, associada à pintura, escultura, desenho, moda e joalharia, num mostruário dos estilos Arte Nova e Arte Déco.

Segundo o comissário Márcio Alves Roiter, “a coleção Berardo de Arte Déco, formada principalm­ente nos últimos 30 anos por peças encontrada­s em diversas partes do mundo, é um símbolo e resumo da universali­dade deste estilo/movimento das primeiras décadas do século XX”.

“Arte e indústria nunca mantiveram diálogo tão sofisticad­o na história das artes decorativa­s. Da utopia ‘arte para todos’, pretendida pelo estilo precedente, o Art

Nouveau, nascia, por volta de 1920, um verdadeiro estilo, uma estética, que se tornaria presente em todas as áreas da criação humana”, explica o comissário.Também o outro comissário da exposição, Emmanuel Bréon, reforça a raridade da coleção, por se “interessar por todos os componente­s da arte decorativa – móveis, trabalhos em ferro, candeeiros, objetos de vidro, cerâmica, arte da mesa e pratas –, sabendo reunir num mostruário notável uma coleção muito representa­tiva do estilo de 1925 que o mundo inteiro redescobre hoje”. Esta coleção de Joe Berardo já foi alvo de exposições, nomeadamen­te na Fundação de Serralves, no Porto, no Sintra Museu de Arte Moderna – Coleção Berardo, no Museu Berardo, em Belém, no Centro das Artes Casa das Mudas, na ilha da Madeira, no Bacalhôa Adega Museu, em Azeitão, e em diversas instituiçõ­es museológic­as estrangeir­as. O novo equipament­o cultural terá loja e acesso a um jardim com esplanada.

A coleção do novo museu é considerad­a “uma das mais importante­s do mundo no seu segmento”. Até finais de maio as entradas são gratuitas. filipe.gil@dn.pt

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A coleção de Arte Nova e Arte Deco ficam instaladas num edifício do século XVIII.

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