“Há o consenso entre os cientistas que o impacto para a saúde é mínimo. Mas não se pode dizer que o risco é zero, daí a controvérsia”
A Greenpeace é uma das associações ambientalistas que condena a decisão de Tóquio, alegando que esta vai contra os direitos humanos das pessoas de toda a região da Ásia-Pacífico. “O governo tomou a decisão totalmente injustificada de contaminar deliberadamente o Pacífico com resíduos radioativos”, indicou a ativista Kazue Suzuki. “Não teve em conta os riscos e radiação e virou as costas às provas claras de que existe capacidade de armazenamento suficiente no local e nas zonas envolventes. Em vez de usar a melhor tecnologia disponível para minimizar o risco de radiação ao armazenar a água a longo prazo, optaram pela opção mais barata, deitar a água no Pacífico.”
A decisão japonesa também não é vista com bons olhos pelos vizinhos, com quem as relações já não são as melhores precisamente por questões de soberania no mar da China Oriental. A China considerou “extremamente irresponsável” a decisão de Tóquio, indicando que vai continuar a monitorizar a situação e que “reserva-se o direito de responder mais detalhadamente”.
Pequim pediu ainda a Washington que seja “imparcial”. Os EUA indicaram que, diante desta situação “única e desafiante”, o Japão estudou as suas opções, foi “transparente na decisão” e parece ter adotado uma decisão “de acordo com os padrões globais de segurança nuclear”.
A Coreia do Sul também lamentou a decisão japonesa, indicando que Seul tomará “todas as medidas necessárias” para manter os sul-coreanos seguros da água contaminada de Fukushima.