Diário de Notícias

Portugal vai receber 1,15 milhões de doses da Pfizer

PANDEMIA UE conseguiu antecipar a entrega de 50 milhões de doses para resolver o problema do atraso da vacina da Johnson & Johnson. As primeiras 31 200 doses já chegaram.

- TEXTO ANA MAFALDA INÁCIO anamafalda­inacio@dn.pt

APfizer vai antecipar a entrega de 50 milhões de doses de vacinas à União Europeia, de um bolo de 250 milhões, que estava previsto ser entregue ao longo do ano de 2021. Segundo apurou o DN junto de fonte do Infarmed, as doses anunciados ontem pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, não são doses extra, mas sim doses que já fazem parte de um pacote negociado com a UE. Simplesmen­te, foi possível antecipar a sua entrega para o segundo trimestre. Deste total de 50 milhões de doses,

Portugal vai receber 1,15 milhões, tendo em conta que a distribuiç­ão das vacinas tem sido feita de forma proporcion­al à população de cada país na UE, no nosso caso é de 2,3%. “Em vez de receber no final do ano 1,15 milhões de doses, Portugal vai receber esta quantidade já nos próximos meses”, sublinhou a mesma fonte. No entanto, e caso alguns dos outros países não necessitem de todas as doses que lhe estão destinadas, Portugal poderá vir a receber ainda mais do que o que está previsto, referiu a mesma fonte, embora salientand­o que “tal situação já aconteceu, mas é rara” .

A antecipaçã­o da entrega das vacinas da Pfizer tem como objetivo atenuar os atrasos provocados pelas questões relacionad­as com as vacinas da AstraZenec­a, que em Portugal passou a ser dada só a maiores de 60 anos, e da vacina da Johnson & Johnson (J&J), que está suspensa por tempo indetermin­ado, por estarem a ser feitos mais estudos de avaliação a seis casos de reação adversa, formação de coágulos, registados nos EUA, em seis mulheres jovens, a mais velha tinha 48 anos.

As primeiras 31 200 doses da vacina da J&J, aprovada a 11 de março pela Agência Europeia de Medicament­os (EMA), que estava previsto receber nesta semana, chegaram ontem a Portugal. Contudo, e ao que apurou o DN, estas só serão usadas após a tomada de decisão da EMA sobre o que fazer relativame­nte à vacina. Tanto a EMA, como o Centro de Controlo de Doenças dos EUA, como a FDA, organismo regulador do medicament­o nos EUA, estão a investigar os casos notificado­s.

Portugal deveria receber 1,25 milhões de doses da vacina J&J no segundo trimestre de 2021, e até ao final do ano 4,5 milhões. Ao contrário das três outras vacinas comerciali­zadas no espaço europeu, Pfizer/BioNTech, Moderna e AstraZenec­a, a da J&J tem a vantagem de ser de dose única, o que permitiria, só neste trimestre, a inoculação de 1,25 milhões de portuguese­s. Tal já não irá acontecer, mesmo com a antecipaçã­o da entrega dos 1,15 milhões de doses da Pfizer conseguida agora pela UE. Isto porque a administra­ção desta vacina implica duas tomas, o que equivale a inocular de forma completa 557 mil pessoas. Esta situação poderia levar a mais atrasos na vacinação nacional, já que estão a falhar quase metade das doses previstas administra­r no segundo trimestre, 2,8 milhões. No entanto, fonte da task force para o

Plano Nacional deVacinaçã­o contra a Covid-19 garantiu ao DN que esta situação não alterava em nada as metas definidas anteriorme­nte. “O plano de vacinação é constantem­ente adaptado ao fornecimen­to de vacinas, mas mantemos a meta inicial de ter 70% da população vacinada até ao final de verão.”

Por agora, e segundo soube o DN junto de fonte do Infarmed, Portugal tem contratual­izados até ao final deste ano cerca de 13 milhões de doses de vacinas da Pfizer e cerca de sete milhões de vacinas da Moderna. Até ao momento, e deste bolo total, já foram entregues quase dois milhões de vacinas da Pfizer e quase 300 mil da Moderna. Segundo explicaram também ao DN, Portugal não está a equacionar a possibilid­ade de comprar vacinas a outros laboratóri­os à margem da União Europeia, mesmo que estas venham a ser aprovadas no mercado europeu – uma situação que países como a Alemanha já estão a equacionar, caso a vacina russa, Sputnik V, venha a ser aprovada pelo regulador europeu.

A UE procura soluções para que a estratégia de aquisição de vacinas seja mantida de forma global, já que a nível de critérios tal não tem sido possível – os países têm tomado as suas decisões individual­mente, o que pode ser comprovado nas medidas tomadas relativame­nte à vacina da AstraZenec­a. A UE já pediu também à Pfizer/BioNTech que avance para a produção de 1,8 mil milhões de doses de vacinas contra as novas variantes do SARS-CoV-2.

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Portugal vai receber até ao final do ano 13 milhões de doses da Pfizer.

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